Meu Portugal está a arder :( :(

Liguei a televisão, e olhei as imagens transmitidas

Não queria acreditar no que estava a ver …

Mais um ano em que meu Portugal estava a arder.

Nas imagens editadas, nuvens espessas de fumo negro, pairavam no ar, um rasto enorme de lume ardia, pessoas desesperadas, gritavam e corriam, procuravam seus entes queridos, num lugar perdido…

Outras sentadas, desoladas, choravam e por Deus clamavam,

E outras enlouquecidas e perdidas no sofrimento e dor, sentadas, ou de joelhos levantavam as mãos ao céu com fervor, rezando à Mãe de Jesus, um Pai-nosso e uma Ave-Maria…

Rogavam à Virgem nossa Senhora, ajuda, salvação para eles, e seus, para os pertences, os animais, para os vizinhos, assim como para os bombeiros que com toda a força, e sacrifício, lutavam com os meios que tinham contra o lume, que com suas línguas de fogo altas, enormes, de uma vivacidade impetuosa, por onde passavam tudo “engoliam” por inteiro, e nada deixavam pelo caminho, a não ser dor, sofrimento, e uma enorme destruição, um inferno dantesco…

Esse ladrão, o fogo, “engoliu” sem remorso algum, árvores, casas, currais e seus animais, carros ocupados por gentes desesperados, pessoas a pé confusas com as nuvens de fumo, que lhes toldou a visão e a direcção, até caminhos e estradas galgou, esse ladrão que a povoações inteiras fustigou…

Infelizmente, a dor e a tristeza é enorme, e todos que com ele

se cruzaram, não ficaram para viver a vida, pereceram num inferno quente… O lume, como lhe chamam as gentes das aldeias, apesar da união deles para o combater, nem a água da mangueira, nem do balde ou do fontanário chegou para o deter…

Nada o fez submeter à vontade dos corações amargurados, pela dor e sofrimento tortuoso… Só avançava cada vez mais enfurecido, ajudado pelo seu amigo vento, que a cada hora mais forte soprava, rajadas de grande intensidade, e assim o fogo avançava aumentando as suas labaredas em direcção ao céu, continuando a galgar estradas e casas, para passar à povoação vizinha… Era um inferno o que eu via, era uma dor que em meu peito eu sentia, não tinha palavras para dizer, só olhava e em silêncio, eu pedia a Deus que chovesse, para aquele inferno dantesco parar, e as pessoas que sofriam pudessem tratar dos que perderam e suas vidas, um dia de cada vez continuar…

Mas eu, só podia pedir e se fosse mais perto ajudar, dar minha mão, meu ombro para seus corações confortar, o resto pertencia ao Criador, só Ele saberia a hora e o momento certo para o fazer

Chegada aqui, ainda pensava eu, que o fogo era posto, que tinha mão criminosa, como nos anos anteriores, e eis que ouço, que foi um fenómeno meteorológico, do tempo atípico que se faz sentir… Eis, que a mãe natureza, decidiu irritar-se e causou uma trovoada seca, e um relâmpago numa árvore caiu, o fogo criou, que com fúria enorme, sem dó nem piedade, a várias povoações se propagou. Cobriu o céu de negro, queimou pinhal a pinhal, desgastou gentes e bombeiros, desesperou e matou pessoas, e parecia que de nada tinham valido os pedidos, as orações feitas a Deus…

O inferno parecia não querer morrer, parecia ter vida própria, e durante 48 horas, com tristeza e dor, só vejo morte, sofrimento, dor e meu amado país que é Portugal a arder…

Que Nossa Senhora do Rosário de Fátima, rogue por Portugal ao Criador, para que este inferno desapareça, e a vida destas pessoas possa continuar, embora feridas na alma e no coração, mas amparadas e renovadas em Deus e na Sua Divina Mão!

Que assim seja!

Maria Irene
Enviado por Maria Irene em 19/06/2017
Reeditado em 20/06/2017
Código do texto: T6031604
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