MORO PERTO DA LUA

Ninfa bela e formosa

Se expande em imagem límpida, nua

De mim se avizinha do outro lado do céu

Vira minha cúmplice no mesmo condomínio

Ela se despe e vai avançando pela janela

Faz de mim seu escravo sensual

Com seus trejeitos provocativos

Ativa meus instintos lascivos

Depois sobe

Sobe altiva, feroz, dantesca feito uma ogiva

De lá, do seu dominante horizonte

Olha-me com sisudez e desdém

E me empurra pela imensidão desconhecida

Eu mergulho nos espasmos sensuais

Do vigésimo andar

Seu quarto crescente, oh poderosa Lua

Revela teu espectro pela cortina esgarçada

Vislumbro a ilharga inteira tua

E no meu quarto vou decrescendo de desejo

Te fito toda emoldurada de concupiscência

Teus seios e teu colo libidinosos

Cuspindo em minha tara

Torna meu pequeno quarto crescente

E fico a noite inteira a sonhar

A estremecer tocado pela polução

Desperto e vislumbro a janela do vigésimo andar

Do outro bloco em frente

Onde mora a bela bailarina Luna.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 23/06/2017
Reeditado em 24/06/2017
Código do texto: T6035687
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