Artwork by Lilian Reinhardt



 
Como começar .....? sem princípio, um lápis deslizando na folha em branco e arranhando a trama velada?! Por detrás desse branco outros brancos, outras letras, outras moradas, outros sinais, outros caligramas.... Uma viagem da pele à carne do papel... alma guardada ensombra a claridade das sombras que vejo. Agora apenas um abstrato, um devaneio sem sonhos entre os pigmentos matéricos e moleculares das celulas diluídas da pasta de celulose à arvore só da minha retina. Bendita seja canção da vida e da morte que guarda n0 pó da estrada o mistério do salmo nunca dito, de páginas nunca escritas, de tintas nunca manchadas, de linhas nunca singradas, que as palavras evaporam-se e o ponto símbolo da interrupção do silêncio da fluidez da linguagem flui a ressonancia de dentro, minha paisagem fora não existe...