Incenso
Novamente e eternamente o tempo corre
Enquanto meus pensamentos voam meu sangue escorre
Minha vida em minha mente flutua, me sinto nobre
O corpo da ré no bom senso, ficar deitado é um porre
Outra gota pinga, o vermelho no peito colore
Quebro o espelho, finjo ser esnobe
Ganho tempo, sono, ar, vejo meu ar soar, meu som cessar, meu punho cerrar, a língua o dente esmagar, a energia o vácuo drenar, paredes insistem em comprimir e deformar, a visão começa a embaçar, eu próprio duvidar, alguém se questionar, e antes de me endagar faço com que esse verso sobre
No meu desdobre, eu dobre, e então, quer que eu ria, grite, dance ou chore?
Só quero que a ideia, perdida ou esquecida, eu lembre e reincorpore
Errei ao ser rei de empecilhos, e deixei com que a raiva vigore
Mas é difícil ser saudável, e segurar o infortúnio no peito, sem deixar que a saudade estore
Então mesmo distante da calma, fiz essa poesia, pra que um dia, uma lembrança minha na tua alma aflore.
O tempo corre eu ando, enquanto a dúvida flui, mas nosso sonho não morre
E quando o frio bater e a solidão gelar, quem nos socorre?
Sei que meu esforço preciso que redobre, mas primeiro controlarei minha mente, para que o coração não deplore
E a minha dica sobre o mundo?
Descubra levante-se e explore.