Mea culpa

Eu não preciso de álibi,

seu julgamento é meu libelo,

ninguém duvida da minha culpa,

a ética tem contornos definidos pelo olhar da platéia,

se cada um fizesse seu próprio julgamento...

o mundo seria povoado por homens livres,

somos indulgentes, quando nos julgamos,

inversamente proporcional quando julgamos a outrem,

todas as evidências nos absolvem,

cada prova incrimina nossos alvos,

a justiça não é cega,

nosso olhar é faccioso,

somos parciais, mas enxergamos,

a vida é um imenso tribunal,

e a culpa oscila de acordo com o ângulo..

se meu erro já foi reconhecido,

por quê devo confessar?

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 19/08/2017
Reeditado em 19/08/2017
Código do texto: T6088481
Classificação de conteúdo: seguro