GAIOLA de OURO

O pássaro teve suas patas aprisionadas numa gaiola de ouro.

Suas asas cortadas, não conseguiam voar.

Suntuosa gaiola, acostumara-se a ela.

Recebia o melhor alimento, as melhores sementes e contentara-se, como uma criança, que recebera o pouco e era grata por isso.

Não ouvia-se seu pio, não cantava, mais parecia um pássaro embalsamado, como os cadáveres ilustres,os antigos reis do Egito.

Era adorado e adornado, contudo vivera cativo quase desde toda a sua existência, pouco depois de nascer.

Sombras pairavam sobre sua morada, farta água, penugem bonita, bem-cuidada, mas era apenas isso.

Os cuidadores não queriam saber do mal que faziam ao pássaro,dos seus tristes olhos, ausência do canto, a satisfação de sua prisão para agradá-los, castrando seus sonhos, era o suficiente para eles.

Ouros e diamantes eram um subterfúgio para justificar o aprisionamento, como a um doente terminal, quando os médicos sabem que não irá ter cura, e dão-lhe uma qualidade de vida melhor, até a sua morte.

O pássaro não tinha o instinto de voar, fora acostumado a ter as suas asas cortadas, quando via os outros pássaros alçando voo, tentava, em vão, experimentar o gosto da liberdade, não conseguia!

Triste sina!

Triste pássaro, morre em vida.

Espera um dia, não acordar mais!

Patrícia Pinna
Enviado por Patrícia Pinna em 22/08/2017
Código do texto: T6091359
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