Construção (Colo inundado de nós)

Ergue-se a vista para o horizonte vermelho, inundada de lágrimas no crepúsculo das pupilas...

O arco da íris negra, brilhando de saudades na distância.

Eu quero poder inundar-me de chuva fina

e no peito deixar escorrer enxurrada, levando de mim, os ressentimentos, os prazeres frustrados.

Eu quero poder invadir teu corpo,

com a soberania vívida da felicidade e nunca mais sair de você.

Ergue-se a fronte para a noite descendo de alturas impossíveis. Acompanham-nas estrelas que habitam com brilho, o terreno do céu. Estrelas nômades, com identidades, outras anônimas,

mas, comum na fragilidade da contemplação

de quem de vez em quando chora, por adorá-las,

como se fossem, perguntas e respostas otimistas,

desejosas de uma vida para sempre.

Quero poder falar das noites nuas e caminhar pelas

ruas ocultas do teu pensamento.

Morar em tua construção: CORPO E ESPÍRITO.

Eu quero simplesmente estar contigo, por um motivo apenas:

quero viver.

Ergue-se a luta pela conquista, na pele idílica, em que minhas mãos trafegam sem perceber a viagem,

somente alucinadas pela paisagem.

Quero não conter em audácia, presa dentro de mim...

Não contenho e amanheço no teu colo, inundado de nós.

Takinho
Enviado por Takinho em 12/09/2017
Reeditado em 26/12/2019
Código do texto: T6112081
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