Ponto de vista

O homem é a medida de todas as coisas. Das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são. Protágoras só não me encanta mais do que Heráclito e seu rio-tudo em movimento, no qual mergulhamos eu e ele, em nossos inventos. Isso de foco e luz que transtornam íris  que nem desconfiam do alvor das manhãs. Perdão se te furo o cristalino ao me ler, obrigando sem obrigar a ver outra verdade. Perdão se outra verdade te sulca o chão. Do abismo é inevitável não ver que há raízes por baixo da terra. Perdão se a terra irrompe fértil de poemas. Perdão se por baixo de cada poema há outro poema e se debaixo das palavras há um mundo de palavras e outros mundos. Perdão por ser este e amanhã outro o meu ângulo de visão.