O CAMINHO
O caminho do vale é a montanha,
Do atrevido é a cela da cadeia,
Do marrudo é chicote de correia,
Da bonita é sempre um cabra feio,
Da virtude também é o aperreio,
Do ordeiro a má fé que vem do outro,
Da farinha a massa do biscoito,
Do jumento a sela e a cangalha,
Do pescador será sempre uma tralha,
Da idosa o tal do reumatismo,
O gozador abrigo ao cinismo,
E o vento vai para tempestade,
A opala é uma pedra de jade,
E o padre é um membro da igreja,
O bode no seu linguajar bodeja,
A moça velha vai pro caritó,
E homem solteiro fica só,
São nuances idílio das pelejas,
A donzela adora a um gracejo,
E o pavio viça por uma vela,
O cachorro cruza com as cadelas,
Mas também socorre a mulher malucas
Pois seu membro engrossa quando cruza,
Mesmo assim muitas delas não se importam,
Satisfazem os desejos quando gozam,
E o mais são problemas do azar,
Se você não puder acreditar,
Tem centenas de vídeos que lhes comprovam.
PUBLICADO NO FACE EM, 02/11/2013
LUSO POEMAS, 03/11/2017