Tu sabes com quem está falando? O nosso Jeitinho.....

Tudo começa em furar a fila, em não devolver os pequenos centavos no troco, em esquecer facilmente e inovar no improviso. Infelizmente, nós brasileiros, temos essa mania de malandragem misturada com criatividade, o sorriso afetivo com aceitação. Não existe uma explicação para nosso ''jeitinho criativo-corrupto'', não há uma verdade precisa, absoluta e discreta quanto à nossa inércia e ignorância, mas uma pesquisa feita pelo Roberto Damatta, aponta que todo brasileiro já usou malandragem para beneficiar a si mesmo, ou pior, para fixar a desigualdade social, econômico e política, que sobrevive graças ao ''Você sabe com quem está falando?''.

Partindo desse ponto de vista, concluímos que o status, o dinheiro, a posição social, o poder político, decidirá se devemos ou não considerar/ignorar o pedido feito ou burlar leis, não cobrando deveres que todo cidadão deve assumir e praticar. Diante deste cena de desigualdade, que começa na simples maneira de ser ( A sicrana é tão simpática, nem parece que é rica) e de tratar segundo as normas do Status.

Mas onde está o Brasil do estilo '' Copacabana''? Criativo, afetuoso, que ama futebol e não perde o carnaval? Onde está o reconhecimento internacional por Pelé e Café? Neste contexto, o Brasil enfeitado por muitos brasileiros, desaparece.

Vamos começar falando da Copa, afinal o Brasil ama futebol. Nossa presidenta defende a idéia de que será o maior mundial de todos os tempos, a FIFA ao contrário diz que será o maior erro da história. Na construção dos Estádios o Brasil precisou de 7 anos e ainda está atrasado. Cada estádio custa milhões e são péssimos em infraestruturas e o dinheiro sai do bolso do brasileiro. Dinheiro público. Os estádios só servem para jogos. E quantos milhões o Brasil está investindo em armas contra....... nós, brasileiros?

Há um outro Brasil. Um Brasil negro de desigualdades e preconceitos. Onde é ''impossível acreditar em uma possibilidade''. Será que precisa existir, em um país de inúmeras etnias, Política de Cotas, para considerar que todos temos as mesmas capacidades, uns mais desenvolvidos? A verdade, é que os rolezinhos é de nível quase Internacional, (EUA, França, Inglaterra..) porém aqui é outro sistema. Pior, por assim dizer. Tudo é resultado de processo histórico e todos dão continuidade ao processo de interesses e sobre tudo a massa nada defende, apenas faz alguns protestos e quando necessita realmente pensar e por em ação seus direitos, no voto, é claro, tornam se inertes e ignorante, o que vale é a beleza do candidato, e muitos só sabem os nomes dos eleitos após anos de mandato.

Mas qual seria a solução para estes paradoxos? O raciocínio é simples e frio. O Brasil é um país criativo, a massa é homogênea em ideais e interesses, consideramos mais o ter do que o ser, e isso está nos levando a um destino insensato: a Elite sabe que tem poder, não só econômico mas também cultural e sobretudo um poder psicológico sobre as massas, nos transformam em robôs, e criam esta imagem do brasileiro burro. Ora, se eles tem poderes logo vão defender interesses da burguesia, e a massa continuará de fora.

Devemos observar, questionar e reverter este quadro, tirar este estereótipo, mudar a malandragem pela intelectualidade, o senso comum pelo conhecimento científico, a aceitação pelo repúdio. O brasileiro não é criativo, ele apenas fingi igualdade e otimismo, e propõe soluções absurdas para problemas que exige reflexão. Diziam que ''é mais fácil uma cobra fumar do que o brasileiro entrar em guerra''. Anos mais tarde houve o massacre de Canudos. Sim, somos somos doceis e amigáveis com os americanos (autorizaram realmente o Golpe de 64?), com os portugueses e ingleses ( milhões de libras esterlinas?) e com a nossa Elite. Cabe a cada cidadão o reconhecimento do histórico do possível candidato, assim votará consciente. E reivindicar direitos se o candidato não corresponder as expectativa, aí sim, a rua é a saída. Importante ressaltar que o reconhecimento de Demagogias exige observação e não raro, protestos. Esta é a minha sociedade idealizada, útopica talvez. Mas se todos reivindicarmos Educação, Saúde, Saneamento básico e principalmente, para garantir o acesso ao mesmos, a Participação na Política. Vamos nos preocupar mais coma política, ela vai nos levar à Educação de qualidade, saúde melhor.. futebol, pra quê?

Gabriela Melo
Enviado por Gabriela Melo em 05/04/2014
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