Divagando

A bem da verdade sei muito pouco sobre a morte, e muito pouco me interessa saber sobre ela... mas, ocorreu-me de estar por esses dias pensando sobre ela. Acho que foram recentes acontecimentos, ocasiões que despertaram o meu senso minimamente apurado sobre as coisas da morte, embora eu tenha bastante devoção pelas coisas da vida...

Olhando agora, talvez eu sempre tenha pensado sobre ela, afinal a morte caminha face a face com a vida, o problema seria apenas o ângulo com que se quer enxergar as coisas. E é sempre bom usar como exemplo, ainda que já ultrapassado e clichê, o famoso 'dois lados da mesma moeda', porque vejam como singela e completa é esta frase e o quanto ela imprime todo o sentido que se quer, refutando um mar de palavras, que unidas pudessem embaralhar mais as ideias do que aclara-las.

Pois bem, a morte de um lado, a vida do outro, ambos formam duas faces, mas são a mesma coisa.

Imagine o universo, a galáxia, a imensidão preta e vasta de proporções infinitamente inimagináveis cobrindo todo o campo da nossa visão mental, a ponto de não sabermos exatamente como pensar sobre tal coisa, e então imagine que em um desses pontinhos, entre tantos outros, sem precisar se trilhões ou infinitamente o múltiplo do trilhão, e que lá, nesse ponto, sobre ele orbitam mais alguns pontinhos, bem menores, que juntos formam um sistema, micro eu diria, levando-se em consideração o olhar de dentro pra fora.

E que dentre esses pontos, apenas o terceiro ponto, mais próximo do centro, existem a mais complexa expressão de toda a natureza universal. Ali habitam pássaros incríveis, com cantos e penas admiráveis, e também tem o jacaré, figura assustadora que mora nas águas... e tantas outras criaturas. Tanta arte, tanta beleza, tanta magnitude! Ouso mais ao afirmar que é o homem a figura da máxima admiração. Ele é interessantíssimo. Brinca de criador, porém enquanto criatura... Não sabe quem é, mas afirma-se como "ser", sabe que vai morrer, mas vive como se isso fosse um mito.

E que loucura, que aventura, que incrível fazer parte deste espetáculo... Vi velhinhos passarem muitos sóis e muitas luas seguidas sem nada poder fazer, voltando a ter as mesmas necessidades de quando tinha um aninho, mas com uma vida inteira vivida, com lembranças de histórias únicas, com conhecimento singular e que sabe que a cada dia a morte torna-se mais real... muitos aproximam-se mais da figura divina, desacreditando e refutando que toda a sua existência, toda a luta para se manter vivo foi inútil, que a terra lhe consumiria e mais nada.

Nesse momento, olho para o universo, olho para mim e vejo que, não obstante a luta inalcançável para a descoberta do mundo e seus mistérios, não nos damos e nem podemos nos dar conta de que somos o maior enigma de tudo o que se supõe existir.

A mais provável justificativa para tudo isso, resume-se a uma só palavra, também singela e completa em seu sentido: DEUS!

TMEDEIROS
Enviado por TMEDEIROS em 26/08/2014
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