"Cálice": Nunca mais!

Tortura, assassinatos, e censura, estas foram algumas características da ditadura militar no Brasil. Estimulado pelos Estados Unidos em meio a Guerra fria, o Brasil a exemplo de alguns vizinhos latinos implantou a ditadura contra o novo "perigo vermelho". Porém, assim como aconteceu com Vargas em 1937, não existia perigo real de revolução socialista. Mesmo depois de 50 anos do Golpe ainda existem resquícios da ditadura militar no Brasil.

No que tange os movimentos sociais, grande parte do pacificismo brasileiro é resultado de uma opressão violenta vivida nos anos de chumbo da ditadura, prova disso é a forma como a polícia, ainda, trata os manifestantes como "inimigos da pátria". Além do que, a mídia coloca os movimentos como anarquistas e desordeiros, e isto acaba afastando a população de lutas importantes à consolidação de direitos.

A Lei de Anistia, que concedeu perdão aos envolvidos nos crimes de tortura e assassinato foi, sem dúvida, um retrocesso. Apesar de ser instalada, a Comissão da Verdade esclarecerá os fatos, porém não condenará os criminosos. É esta impunidade que revolta os familiares das vítimas, o clamor por justiça é gritante, pois muitos não puderam sequer dar um velório digno a seus familiares por falta de corpos ou restos mortais.

A repressão aos movimentos artísticos foi intensificada, a censura às músicas, a filmes e até mesmo o exílio de artistas aumentaram demasiadamente com o Ato Institucional Número 5 (AI5). Porém, esta herança maldita ainda está presente em pleno século XXI, um bom exemplo é a tentativa de afastar a jornalista Rachel Sheherazade da televisão por conta de seus comentários "ácidos" com relação aos políticos e à sociedade brasileira.

Portanto, faz-se necessário revogar a Lei de Anistia para que a Comissão da Verdade além de apurar os fatos possa prever punições aos criminosos envolvidos. Além disso, pode-se fazer o uso da Delação Premiada com os condenados para tentar trazer conforto e dignidade às famílias das vítimas. O uso das redes sociais também é uma boa alternativa à disseminação e à mobilização dos movimentos sociais, sem que aja censura prévia da mídia.

breno vilhena
Enviado por breno vilhena em 18/10/2014
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