Ter ou ser, essa não pode ser a questão

Jogos violentos, "fast-food", brinquedos e roupas de marca, tudo isso está presente cada vez mais cedo na vida das crianças. Quem nunca viu uma criança fazendo drama para que o pai compre este ou aquele brinquedo igual ao do colega?! As noções de pertencimento e identidade perderam seu viés social e criativo e estão se resumindo quase exclusivamente ao consumismo. Nesse contexto, são fundamentais a presença mais efetiva dos pais na educação infantil e a garantia dos direitos constitucionais das crianças.

O capitalismo atual utiliza-se de estratégias de marketing para lucrar com o "mercado infantil", somente no Brasil são 50 bilhões de reais por ano. As propagandas aproveitam-se da fragilidade e da vulnerabilidade de pessoas sem a capacidade de discernimento totalmente desenvolvida. Além disso, a falta de tempo dos pais é substituída por "presentes e mimos" que dão a falsa impressão de amor e carinho.

No cenário atual, em que o "ter" se confunde com o "ser", as crianças também são vítimas, exemplo disso é que em determinados grupos elas só são aceitas se tiverem o celular de última geração ou se jogarem o videogame da moda. Infelizmente, a essência dos "pequenos" vem sendo substituída por seu poder aquisitivo.

Há também outros danos, para o desenvolvimento saudável, ocasionados pelo consumo infantil. a erotização precoce, a violência e a obesidade são exemplos visíveis no cotidiano. Além disso, vale ressaltar o 'exemplo' dos pais, afinal pais consumistas provavelmente terão filhos consumistas.

Para o Estado Brasileiro, a criança é titular de direitos que devem ser garantidos como determina a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente. Além destes, o Código de Defesa do Consumidor e o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente também consideram as propagandas para crianças como ilegais. Logo, é inadmissível que se utilizem de tais estratégias de marketing para "coagir" pessoas sem consciência formada.

Portanto, as propagandas voltadas ao público infantil devem ser proibidas, pois acabam privando as crianças de um desenvolvimento psíquico-social saudável. Porém, a presença e o amor dos pais também são importantíssimos para a educação e o consumo conscientes.

breno vilhena
Enviado por breno vilhena em 29/10/2014
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