Tema: O excesso de vaidade na docência a nível superior

 
 Quando a teoria fica surda não só engessa, mas também desumaniza. Vemos isso com distinção na educação, principalmente no nível superior.
                 Prova disso é quando certos professores armados de vaidade lecionam sem se importarem com o amor ao ensino e aos alunos. Esses professores possuem formação acadêmica invejável, porém não tanto admirável. O que serve tanta erudição se não temos amor à educação? Os perfis desses professores mesclam entre a incapacidade tanto de ouvir quanto de se sensibilizarem com os alunos, somado ainda a teorização que para muitos pode ser ausência de honestidade acadêmica.
             Até quando deixaremos as instituições serem palco da vaidade e disputa entre professores e que infelizmente chega estar também entre alunos que competem por fatias deliciosas de bolsas e ofertas de mestrados e doutorados? Além disso, o que nos assustam é o fato que alguns de nós os aceitam e os protegem como se fossem indispensáveis na roda gigante do ensino. Na verdade esses novos “sofistas” são tão persuasivos quanto perversos. Eles são professores ou empresários viciados em sabotagem pedagógica?
             Se não tivermos amor à educação de nada adiantara quaisquer debates. Entretanto só o amor não é suficiente é preciso uma reforma estrutural desde o alicerce ao topo, para que possamos dialogar juntos e através de Paulo Freire que tanto amou e lutou pela educação tendo como base um único lema que se tornou célebre: - “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si”.
             Acreditamos que a pessoa que decide ser professor (a) não deve estar prioritariamente preocupado (a) com o quanto irá receber como profissional deve ceder um espaço especial à reflexão da qual se submeteram grandes personalidades como Paulo Freire, Darcy Ribeiro, Gandhi. Reflexão esta que fizeram foi de buscar unir profissão com contribuição social, sem descanso algum, com muita humildade e amor dedicação, e sem dúvida eles não morreram de fome e nem foram mortos pela ausência de ações. Aliaram pensamento e ação.
             Apesar disso já virou banal a frase “educação esta em crise!” Contudo perguntamos qual é a educação que esta em crise? Ou somos produtos inconsequentes do que hoje se dita como “normal” que a educação esta em crise e não vale a pena sermos professores ou dedicar uma gota sequer para educação? Só quem navega nesta corrente da educação “causa perdida” não apercebe que foi educado à escolher este caminho, no entanto cremos que este caminho cheira uma mentira sem tamanho.
             Contudo, optamos pela humildade e compreensão, tendo como ponto discursivo, o amor à educação e amor a nós mesmos, somado na busca incansável pela excelência admitindo o aprimoramento humano baseado nas nossas limitações e partindo delas para sermos cada vez mais coerentes com aquilo que amamos. A diferença é que a excelência precisa de nossas limitações como pressuposto de mudança ou transformação e isso difere completamente de sermos apenas parte da máquina à vapor de ensino.        Pensamos que se não há o que fazer se extingue também as variáveis do problema juntamente com o problema. Sem duvida uma das medidas já tão conhecidas é o aumento dos recursos destinados para educação.  Por outro lado nos parece que alguns governos esperam saídas ou soluções “mágicas” para educação como um produto de slogan chinês “bom e barato”. Só que a educação não pode ser alvo de negociações políticas somente, precisamos tomá-la como nossa para caminharmos juntos e agir juntos.
             Somado a isso o que ganham os professores junto muitas vezes com as condições precárias de ensino e também junto com a violência por parte, sobretudo dos alunos, faz com que pensarmos que ser professor (a) atualmente é perda de tempo.  Em contraste a isso, o Estado sugere o que aos professores (as)? Que tirem da cartola uma “pílula” que reúna todos os recursos para lecionarem bem? Os professores não são mágicos e tão pouco podemos se quer exigir sob a hipótese de sermos injustos que diante do atual cenário brasileiro, que eles sejam curadores dos males educacionais. Se a educação esta em crise, é dever de todos nós fazermos algo, porque é de nós seres humanos que estamos falando.
             Diante disso, entendemos que o excesso de vaidade de alguns professores (as) somado aos fatores já citados, formam um conjunto, que acreditamos que impossibilitam ou dificultam a chance de termos melhores professores, uma vez que o excesso de vaidade faz com que salários, títulos e posições sociais e políticas se tornem atributos essências da educação, nesse sentido a educação virará um negócio e torná-la um negócio não é somente uma via não muito inteligente como soa imoral para àqueles que sonham em serem professores por amor a educação em primeiro lugar.
             Devemos fazer alguma coisa. A educação não pode ser um negócio e tampouco ser vítima da vaidade e da competição. Começamos por sermos eleitores mais conscientes de que sem educação estaremos plenamente perdidos. Até porque como disse o grande filósofo Imannuel Kant: - “O ser humano nada mais é do que a educação fez dele”. E em outras palavras, somos igualmente professores e igualmente alunos, embora paguemos impostos muitos altos para obtermos melhores condições de vida, estamos a flor da pele, por que esquecemos ou não queremos nos colocar sem exceção como parte da educação, para sermos mais humanos no mundo que está ficando surdo, mudo e cego por falta não da educação em si, mas de amor a educação e em última análise, falta de amor a nós seres humanos. Até quando existiremos?
André Mendes
Enviado por André Mendes em 19/11/2014
Reeditado em 19/11/2014
Código do texto: T5040688
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