A profissão do futuro num presente cediço

Professor vem do verbo professar, ou seja, é aquele que transmite conhecimento. A ele é dada a missão de resgatar as pessoas das trevas da ignorância para a luz do saber. Seu papel é importantíssimo na sociedade: além de formar profissionais, incita os alunos à reflexão e, consequentemente, ao questionamento.

Com um ofício tão sublime, é de se exprobar que, no cenário nacional, esse profissional esteja tão distante de dignas condições de trabalho. O baixo salário e a falta de reconhecimento são alguns dos fatores responsáveis pela baixa atratividade da profissão. Dados aferidos em uma pesquisa da Fundação Carlos Chagas (2009) revelam que poucos jovens concluintes do ensino médio consideram seguir a carreira docente no processo de escolha profissional – apenas 32% dos 1501 entrevistados. O baixo contingente de professores tem afetado, cada vez mais, as escolas; a escassez tende a aumentar mais ainda. Essa triste realidade pode gerar grandes deficiências no sistema educacional brasileiro.

A tabela de oferta de vagas da UFRGS confirma que o número de interessados na carreira tem diminuído com o passar dos anos – em 2005, a relação de candidatos por vaga do curso de licenciatura em História (diurno) era 11,20. Em 2011 a mesma relação, do mesmo curso, era 4,55. Há cursos, como licenciatura em Matemática, que não chegam a ter sequer dois concorrentes por vaga.

Para diminuir os problemas e amenizar a situação alarmante, são necessários mais investimentos na área da educação. O aumento na oferta de bolsas do PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) pode ser um catalisador no processo de revalorização do professor e deve atrair mais jovens para essa carreira. O reajuste do salário e a adequação da carga horária da jornada de trabalho são fundamentais para que as aulas recobrem a qualidade e a eficácia.

A sociedade não pode se esquecer de seus professores; a missão deles é vital: não deixar o futuro definhar.

Murilo Cattaneo

Murilo Cattaneo
Enviado por Murilo Cattaneo em 25/05/2015
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