Pés que podem contar uma história

Nômades, monoteísmo e disseminação; estas são três das diversas características do antigo povo hebreu, que originou os que hoje são conhecidos como judeus. Sua história, muitas vezes confundida com crenças religiosas, é marcada por sucessivas diásporas, isto, é, a dispersão dos membros de seu povo.

Por conta de serem andarilhos, os hebreu se espalhavam pelo planeta desde a antiguidade, mais precisamente a partir de 3761 a.C, ano em que, para ele, Deus criou o mundo, datando assim o inicio da dispersão hebraica na construção da Historia mundial, passando por inúmeras dominações, escravidão, conflitos e expulsões de causas naturais e disputas por territórios, levando-os a tão conhecida diáspora judaica.

Toda essa extensa caminhada dos judeus contribuiu principalmente como base para a expansão do monoteísmo, ou seja, a crença em um único Deus, o que serviu também para o surgimento das duas religiões que mais crescem em número de fiéis na atualidade: o cristianismo como fundamento da civilização ocidental com todas as suas vertentes e o islamismo com certos movimentos fundamentalistas.

Apesar de uma riqueza de tradições herdadas do povo hebraico, como algumas festas religiosas, o livro sagrado Torá que originou o antigo Testamento e os Dez Mandamentos, os granes feitos dos hebreus não possuíam intenções revolucionárias. Eles apenas almejavam por ter a liberdade de praticar sua cultura e religião (a primeira monoteísta do mundo a se desenvolver) em território que lhes foi concedido divinamente segundo suas crenças; porém, no geral, não lhes foi permitido, tanto na Antiguidade quando foram dominados no Egito, quanto na época contemporânea durante o Holocausto, mostrando a ideologia de etnocentrismo em relação à cultura judaica ser inferior.

Visto que o judaísmo, originado do povo hebreu, encontra-se presente desde a Idade Antiga e acarretou consequências ao longo de toda história até hoje, seus valores contribuíram também para a literatura como O Diário de Anne Frank, Bíblia e A Menina que Roubava Livros. Desta forma, tal crença merece ser respeitada não somente porque os judeus são, de acordo com certas concepções, o povo coitado e vítima após tanto sofrimento durante a história do mundo, mas principalmente por causa de todas as suas contribuições culturais e de valores morais de um povo tão andarilho e desunido, e que mesmo assim mascam presença nos quatro cantos do mundo e ainda conservam sua riqueza financeira e religiosa.