Seu nome não é Katherine

Perdoe-me aquele approach desajeitado e fora de hora, não foi intencional tirá-la do conforto dos seus fones de ouvido. Desculpe-me a insistência em fazê-la ouvir 5 a seco, Cícero, Skank e Tiago Iorc. Acho pouco provável que você se esqueça de mim, agora que sumi e te deixei com a playlist.

Permita que eu me redima, embora muito atrasado, por tê-la feito comprar um livro sobre filosofia e ética.

Desculpe-me por tê-la levado ao teatro mesmo sabendo que prefere o cinema. Sinto em saber que você guarda os ingressos daquele espetáculo – que foi tão sem sal quanto a gente. Meus abraços foram horríveis, perdoe-me por isso. Houve beijos que não dei, absorva-me dessa culpa, é que depois do beijo dela, não encontrei lábios igualmente convidativos. Desculpe-me pelas conversas que não rendi, pelas despedidas que deixei para lá e pelas vezes em que esqueci detalhes sobre você.

Perdoe-me pelas mensagens não respondidas. E pela recusa em tirar fotos. Desconsidere os dias em que não pude sair contigo, provavelmente precisei ficar em casa, meditando para tentar tirar o rosto dela da minha cabeça. Desculpe-me por tê-la deixado sozinha, mesmo que acompanhada.

Garanto-lhe que não estive com nenhuma outra, a verdade é que estive só com ela, e não com você. Garanto-lhe que não quis enganá-la, tentei enganar-me e fracassei miseravelmente.

Desculpe-me por ter sido um babaca enquanto você se esforçava para nos fazer progredir. E me perdoe por ter sumido justo no momento em que você disse querer um pouco mais de mim. Eu fui fraco e fugi.

Por favor, aceite minhas mais sinceras desculpas e desconsidere o fato de que nunca escrevi para você, mas já redigi páginas e mais páginas por ela. Pardon, mas o grande e inegável fato é que seu nome não é Katherine.