Silêncios e gritos na rua, lugar de todos e de ninguém. J B Pereira – 17/10/2017

A rua foi palco de conquistas histórias depois de exigir “Diretas-Já” (fim da ditadura no Brasil) e depor o Collor do poder. Por muito tempo, a rua foi o refúgio de pessoas marginalizadas, hoje é marcada pela violência e o medo cada vez maior.

Sabe-se que, historicamente, as crianças abandonadas tiveram maior número após a proclamação da abolição em 1888, porque os negros foram abandonados pela sociedade formando os cortiços e favelas.

E isso aumentou com os tempos atuais, maior concentração de drogas e prostituição. Recentemente, Dória, prefeito de São Paulo, quis acabar com a Cracolândia sem sucesso, porque faltou articular saúde à segurança pública e identificação de grupos de comercialização de substâncias ilícitas.

Enquanto o país está sendo visto pela hipercrise e os desmandos da corrupção política, a educação continua sucateada pelo Estado e a possibilidade de emprego em níveis lamentáveis. Se não houver uma mudança de mentalidade política e investimentos responsáveis na infraestrutura do país e na educação, a nação continuará patinando em declive negativo e os resultados retóricos de um Brasil a lutar por sobreviver a cada dia ante aos efeitos da globalização e políticas neoliberais.

“Punir e vigiar” a juventude sem dar-lhe a competência para forjar um presente audacioso e eficiente é comprometer o porvir do próprio país, inexoravelmente. Nem sempre o silencio das ruas ou o panelaço podem ser instrumentos políticos de descontentamento em si; os gritos são de cansaço e desespero, indignação e revolta.

Ir à rua representou para a classe popular e média a busca de condições éticas e econômicas de vida digna e revanche ou reprovação à politicagem que engorda os donos do poder à medida que manipula a população anestesiada pela mídia ou controlada pela força de policiais submissos à máquina administrativa ineficiente e obtusa em “ouvir às ruas”.

J B Pereira
Enviado por J B Pereira em 17/10/2017
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