MARIQUINHA - 13a. PARTE

13ª. PARTE

FAMÍLIA FELIZ

Mas, não passou sem chumbo pela língua gozadora de um de meus cunhados: _Ué! Tonho, se você não dormiu em sua casa ontem, onde é que passou a noite?

Nem respondi... Só gargalhadas! Despedi-me de todos apertando-lhes as mãos um por um, conforme eles gostam e Mariquinha me disse: _ Eu vou com você até à porteira.

Saímos. O terreiro estava já às escuras. Os cães de caça espalhados por ali, acompanharam-nos até o fim do terreiro. Apoiando um dos pés na porteira, ficamos, olhos nos olhos e, várias vezes, lábios nos lábios. Só quando dona Esmeralda, do alpendre da casa grande chamou a filha é que nos despedimos com um longo e profundo beijo. Mariquinha disse: _Toninho, cuide-se bem e volte amanhã para falar comigo; você viu como papai ficou caído por você, né?

Voltei para casa naquela noite e, antes de ir para o meu quarto tive de explicar a meus pais o meu namoro à Mariquinha, a caça da lebre do mato e a visita a Seu João. Tive que explicar Tim-tim por Tim-tim. A disciplina familiar, na roça, não pode ser riscada nem mesmo pelas mentiras do amor.

Meus pais ficaram felizes pelo namoro, pois conheciam muito bem toda a família e Mariquinha em especial. Depois de tudo explicado, após o banho, fui para meu quarto, estava morrendo de cansaço e sono.Joguei-me sob as cobertas e tudo se apagou.