MARIQUINHA - 27a. PARTE

27ª. PARTE

BAIXINHA GENIOSA

Mariquinha disse e saiu chorando. Entrou em seu quarto, fechando a porta por dentro. Fiquei pasmado. Que baixinha geniosa! Ninguém sabia o que fazer. Tive vontade de quebrar a porta, agarrar a baixinha e dizer: Eu não vou mais embora, não tenho coragem de deixar você, não vou mais a lugar nenhum! Mas, como já estava palavreado com os sogros, ficaria muito mal decepcioná-los. Abaixei a cabeça, fiz uma força tremenda para não chorar e saí correndo antes de mudar de idéia. Fui correndo para casa.

Ao chegar a casa de meus pais, conversei muito com minha mãe, meu pai, meus irmãos. Meu pai me recomendou juízo e que me afastasse das más companhias; orientou-me acerca das pessoas estranhas que me oferecessem grandes lucros com meu pouco esforço; ensinou-me a perceber nas pessoas o lado espúrio. E que eu não confiasse nem na camisa do corpo, pois ela pode se rasgar ao menor esforço. –No mais, disse ele – é ter hombridade, perseverança naquilo que se deseja nunca usar desonestidade, em qualquer situação ainda que as outras pessoas fossem comigo desonestas.

Deu-me a sua bênção e mandou que eu usasse de muita força de vontade para conseguir alguma coisa na vida. Despedi-me de minha família, tomei a bênção de minha mãe e aguardei a hora da partida.