O CORREIO BRAZILIENSE (1808 -1822): POR QUE FOI PUBLICADO NA INGLATERRA?

Devido à censura Régia no Brasil, Hipólito José da Costa (1774-1823) lançou, em Londres, no dia 1º de junho de 1808, o Correio Braziliense ou Armazém Literário, cujo conteúdo despertou o ódio e o revanchismo dos políticos corruptos e do clero retrógado (Inquisição).

O mensário era impresso em português e teve sua circulação proibida, sendo vendido clandestinamente no Brasil e em Portugal. Iniciou, sua circulação, sendo impresso na oficina tipográfica do Sr. W. Lewis, na rua Paternoster – Row. A partir de 1816, passou a ser impresso nas oficinas de L. Thompson também em Londres. A denominação de Armazém Literário era devido à variedade de temas que apresentava em suas páginas.

Hipólito José da Costa, por meio do seu periódico, apontou os erros da administração portuguesa no Brasil, lutou pela liberdade de expressão, combateu a nobreza parasitária e a escravidão. Os ideais liberais foram a força motriz do seu jornal e prepararam a geração politicamente responsável pela concretização da nossa independência em setembro de 1822.

As edições variavam de 80 a 140 páginas, sendo que o número de agosto de 1812 circulou com 236 páginas. O mensário circulou, de junho de 1808 a dezembro de 1822, somando 175 edições agrupadas em 29 volumes. O Correio Braziliense possuía as seguintes seções: Política, Comércio e Artes, Literatura e Ciências, e Miscelânea que abrangia Reflexões sobre as novidades do mês e Correspondência. Nas reflexões eram debatidos assuntos relativos ao Brasil. O exemplar avulso no Rio de Janeiro custava a importância de 1.280 réis.

O Correio Braziliense encerrou sua circulação em dezembro de 1822, quando seu editor concluiu que sua missão doutrinária havia terminado. Na edição de número 173, Hipólito José da Costa, anuncia e comenta a Independência do Brasil, acreditando que ocorrera, no dia 03 de junho de 1822, data da convocação da Assembléia Constituinte do Brasil. O Periódico circulou durante 14 anos e meio, mantendo-se sempre fiel aos objetivos para os quais foi criado: lutar pela liberdade de pensamento e combater o despotismo dos poderosos.

Bibilografia.

QUEVEDO, Raul. Hipólito da Costa / Jornalista da Independência. Cadernos de temas de Comunicação Social / PUC. Porto Alegre, 1972.

SOBRINHO, Barbosa Lima. Hipólito da Costa: Pioneiro da Independência. Fundação Assis Chateaubriand -Brasília,1996.