Os elementos de uma guerra

Foi com imenso prazer que conclui o jogo Elementia – A Guerra dos Clãs. Um RPG de turno criado pelo Duplomaker, ou Matheus Carolino e colaboradores. Os responsáveis pelo projeto desenvolveram um game que conseguiu cativar pela sua trama bem narrada e conduzida de modo magistral com diálogos e animações na dosagem certa.

Além de apresentar personagens cativantes e com personalidades distintas. Nos três dias imersos no objetivo de zerar Elementia, eu vi todo um universo ganhar vida e forma diante de meus olhos. Nele conhecemos a trágica história de guerras entre os povos de Luvandra. No início, havia um poderoso Império no continente, que caiu após uma revolução iniciada pelos Lagarto e Blackside.

Com a derrocada do poder central, os ânimos entre os clãs se acirraram. O novo rei lagarto, tentando evitar uma guerra, iniciar um acordo de paz com os elementinos, o povo devoto do deus Elementio. Mas um misterioso massacre entre o povo lagarto começa uma nova guerra, alimentada pelo revanchismo e intolerância religiosa.

Nesse mesmo contexto, anos depois da guerra, dois generais elementinos iniciam um ousado plano: recrutar guerreiros de outros mundos para o seu exército. Para sorte ou azar, eles teletransportam três jovens de Zaria, onde o aventureiro falastrão Richard, o complexado arqueiro Eduardo e o medroso sacerdote Victor acabam sendo levados, mas não para os elementinos e sim pra os lagartos.

Depois de um rápido tutorial você terá um primeiro encontro com o vilão que roubou a cena do jogo, Ilusor, o ex-elemetino que serve o rei Lurin. Depois desse pequeno prólogo, o jogador irá se envolver profundamente nessa guerra causada por uma série de “mal entendidos”. No começo, você estará lutando com o trio de zarianos, mais a frente, a maga elementina Sabrina será o toque feminino do grupo. Evite deixar Victor morrer, ele é o que aprende magia mais rápido e é o único com magias de suporte eficiente.

Uma barra de energia vai se enchendo durante as lutas, semelhante ao Limit Breaker, que vão possibilitar uso de técnicas especiais. Existem variadas poções no jogo, cada qual com sua funcionalidade e nível de eficiência. Os preços são convidativos em todo o mapa-múndi. Equipamentos trazem benefícios e malefícios ao mesmo tempo, verifique antes de equipar qualquer um deles. Outra maneira eficaz de derrotar seus oponentes é aplicando um dos seis status: Atordoado, Cego, Confuso, Envenenado, Mudo e Paralisado.

Quanto aos aspectos negativos, eu acho que a falta de desafios práticos. O quebra-cabeça de Sumina foi excitante e muito inteligente, pois utilizou um elemento da gestalt. Entretanto, numa fase de espionagem estilo Solid Snake de ser, foi muito curta, embora eu tenha sido pego umas cinco vezes antes de achar a rota certa.

Algumas poções foram completamente inúteis durante o jogo, seja porque os chefes e os monstros não conseguiram aplicar os status em mim, ou porque são inúteis mesmo. Por coincidência ou não, você recebe muito Vox e Estimu-lante de quaisquer monstros em qualquer área do game. Use essas poções para adquiri dinheiro para comprar melhores armamentos.

A variedade de monstros, bem como seus ataques deveria ter sido mais bem explorada, os chefes mesmo poderiam ter aplicado mais status, assim a dificul-dade ficaria mais equilibrada. Eles também não possuíam barras de HP, você luta as cegas sem saber quem está sendo derrotado primeiro.

No geral o jogo foi bom, as mais de dezessete horas desse RPG me propor-cionaram momentos prazerosos e de reflexão, embalados por uma trilha sono-ra muito bem escolhida e requisitada. O final do game abriu brecha para uma continuação. Espero que a equipe possa nos brindar novamente com mais um tesouro dos jogos indie brasileiros.

Notas

Dificuldade: 8.5

Enredo: 9.5

Jogabilidade: 8.5

Gráficos: 8.9

Nota: 8.6

Caliel Alves
Enviado por Caliel Alves em 05/12/2016
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