Fernando de Noronha - Relato de Viagem

Visitamos Fernando de Noronha, o paraíso na Terra! A ilha oceânica habitada brasileira, formada por restos vulcânico e assim pontilhada de picos e cercada de belíssimas praias! :-)

Já desde o avião vemos a ilha principal e as chamadas ilhas secundárias. A proximidade entre o azul do mar, o amarelo da praia, o verde do mato e o escuro das rochas forma uma harmonia deslumbrante. O recortes da costa são tantos, que formam dezenas de prainhas.

Fernando de Noronha tem uma sede do admirável Projeto Tamar. Palestras todas as noites (todas as noites mesmo!) informam turistas sobre Tartarugas marinhas, golfinhos, geologia, o Parque Nacional Marinho e o trabalho do ICMBio Instituto Chico Mendes. Um museu aberto mostra modelos em tamanho real das principais tartarugas marinhas que vivem ou passam por lá durante o ano: tartaruga-verde, tartaruga-de-pente, tartaruga-cabeçuda, tartaruga-de-couro. E a lojinha fofa provoca turistas a ajudarem o super projeto. Essa indiada começou no Rio Grande do Sul há mais de trinta anos e hoje tem centros de pesquisa e preservação em vários estados. Impressiona a abrangência e o planejamento do projeto, a inovação das soluções encontradas e a atenção aos seus variados stakeholders.

É em Fernando de Noronha a BR-363, a menor do Brasil (ou terceira menor), com só 7 km. Caminhamos um bocado pela trilha calçada para pedestres dessa rodovia. Visitamos o Porto do local, protegido por um molhe. A água verde-azul permitia ver os peixes! Visitamos o tal Museu do Tubarão, informativo e assustador. No mesmo local, apreciamos a incrível vista do mirante Buraco da Raquel. Realmente impressionante! As enseadas, baías, praias, elevações, as formas das rochas vulcânicas, a cor da água, tudo é muito lindo, encantador!

Conhecemos a origem do povoamento das ilhas num passeio histórico pela Vila dos Remédios, a primeira povoação. As ilhas foram utilizadas, inicialmente, como ponto de farol naval, depois como fortificação militar, e mais recentemente como presídio e colônia penal. Assim foi ocorrendo a antropização das ilhas, incluindo o desmatamento para construção de uma pista de pouso, hoje o aeroporto. A vilinha era até bem organizadinha, segundo o guia, de acordo com as necessidades dos militares brasileiros e também... norte-americanos! No pequeno e moderninho memorial, vemos painéis ilustrando a história das ilhas, e vemos que Mr. Charles Darwin, nosso herói, “passou por ali”. Estudou fauna e flora (incluindo a lagartixa endêmica Mabuya, onipresente), e também a formação geológica das ilhas. Ali próximo, nas ruínas do Forte Nossa Senhora dos Remédios, apreciamos a belíssima vista!

Visitamos a Praia do Cachorro, uma das poucas que são de fácil acesso a pé, e a praia, ou melhor, o Mirante do Boldró. Ali presenciamos o início dos trabalhos de Captura proposital de tartarugas marinhas pela equipe do Projeto Tamar. Os pesquisadores acham tartarugas, capturam um indivíduo, levam até a praia (diante dos turistas), fazem a identificação dele, realizam medições de altura e largura do casco, obtêm amostras biológicas para análises, e libertam de volta a tartaruga para ela ir para o mar. Os turistas respeitam e até aprendem.

Fizemos o passeio Ilha Tour e assim pudemos conhecer várias praias por via terrestre. Conhecemos a Praia do Sueste, que é refúgio dos tubarões e arraias, e onde se pode mergulhar com snorkel em alguns pontos. Andamos pelas pedras até chegarmos à Baía dos Porcos, uma prainha liiinda de águas muito turquesas junto dos Dois Irmãos, onde os caranguejos andam na areia e nas pedras na maré baixa, e a praia assume outro aspecto completamente diferente na maré alta. Apreciamos a deslumbrante vista do mirante da Enseada dos Tubarões, lugar que é um berçário de tubarões, protegido pelo parque (Vimos ali uns “filhotinhos”, que, de longe, pareciam medir uns 80cm, e de mais perto pareciam ter uns dois metros e meio!).

Revimos o mirante do Buraco da Raquel, e nos encantamos novamente como se fosse a primeira vez, de tão maravilhosa e fantástica que é a paisagem naquele ponto, e em outros. Caminhamos em uma trilha no mato até chegar ao famoso mirante de onde se vê a Enseada dos Golfinhos, a morada e refúgio da espécie endêmica Golfinho Rotador, e do Golfinho Pintado. Vimos ainda a Praia do Sancho, “a mais bonita do mundo”. Realmente incrível de tão linda: a água verde-azul, as rochas em volta formando um belo cartão-postal, impressionante! A cada ângulo que víamos, a praia parecia ainda mais linda! O dia terminou no Mirante do Forte do Boldró, onde assistimos ao pôr-do-sol tendo os Dois Irmãos como horizonte enquanto as cores do céu iam se mesclando. Magnífico!

Fizemos um superpasseio de barco pelo Mar de Dentro, de ponta a ponta da ilha. Vimos as ilhas desde o mar, e elas pareceram ainda mais bonitas! Apreciamos a variedade de relevo, a grande cobertura vegetal, ainda preservada pelo Parque Nacional Marinho, as praias, e os Dois Irmãos, formações rochosas que são o cartão-postal do lugar.

Passamos pertinho das ilhas secundárias do arquipélago, desabitadas por humanos, mas repletas de aves de diferentes espécies - fragatas, viuvinhas, atobás de pés vermelhos! Enxergamos o Morro do Pico, ponto mais alto de Fernando de Noronha, de vários ângulos. Vimos muitas praias, inclusive a famosa “praia mais bonita do mundo”, a Praia do Sancho. Realmente muito bonita, com suas escarpas alaranjadas, a vegetação bem verdinha, e a areia clara. Fizemos mergulho com snorkel na água limpíssima, vimos corais e peixinhos!

Ficamos absolutamente fascinados pelos golfinhos que escoltaram o barco quando passava próximo à sua área. Eles avançavam velozes, e a guia explicou que estavam tentando atrair a atenção do “possível predador” para longe das suas fêmeas e filhotes. Oh, que amor, né? Era uma turma grande de golfinhos. (Eles são cetáceos, eu lembro, eles voltaram ao mar!) Ah, e uma surpresa que “ganhou o dia” foi termos visto uma mamãe baleia e seu filhote! Uau! Inesperado e muito emocionante! Jubartes, que estão ameaçadas, ou quase. Incríveis! Vimos elas subirem à superfície, ora juntas, ora uma por vez, várias vezes vimos a sua nadadeira dorsal aparecer, junto com uma parte do dorso, e em seguida sumir. Só pelo tempinho da respiração. Ah, e foi marcante quando ergueram uma nadadeira! Um show! :)

Neste texto, eu quis expressar a beleza das paisagens, das enseadas, recantos, rochas, animais, sejam peixes, tartarugas, arraias, tubarões, golfinhos, baleias, absolutamente tudo. Mas cada vez que me lembro, ou que vejo uma foto, a estonteante beleza natural parece algo assim meio indescritível. Sinto tão intensamente a harmonia do lugar, do ambiente, da paisagem, que parece que as palavras fogem, e a maravilha é mais do que consigo dizer. Vale muito! É como dizem, uma Maravilha do Mundo, o Paraíso na Terra, e ainda mais.