Confesso que assisti duas vezes antes de me atrever a escrever sobre ele,para mim,um filme emblemático.
Meus amigos de infância vão argumentar que só poderia ser assim já que,desde menina,sou fascinada pela Monarquia,a inglesa,inclusive,apesar das bobagens que praticaram no decorrer dos séculos,pois,reis e rainhas também são humanos,apesar do direito divino a eles consagrado; nada porém comparável ao nosso Congresso Nacional,de eterna vergonha.Ao menos,os ingleses têm classe.
Assisti o filme a primeira vez e fiquei encantada.Note que é um filme meio paradão que tinha tudo para não ser interessante; acho que as pessoas prefeririam os adultérios reais do que a sua gagueira.
A segunda vez assisti para debruçar-me sobre as falas,sem legenda.É tudo muito diferente,muito mais perfeito; os sotaques,as expressões,que as traduções não captam por mais perfeitas que sejam.
Mas,o roteiro,os atores,as magníficas interpretações de Colin Firth (o Rei George) e do seu professor (Geoffrey Rush), leva ao sétimo céu os cinéfilos ,cada dia mais frustrados nos seus anseios de assistir bons filmes.
Colin Firth dá ao rei a inconstância física e a dualidade que o papel exige.Na intimidade,um pai terno e presente;como candidato a reinar,devido às peripécias amorosas do seu irmão mais velho,o Príncipe de Gales,um sujeito assustado,preocupado com suas aparições públicas e apavorado em assumir um papel para o qual sabia-se despreparado.
No entanto,atravessou uma guerra e conduziu seu país à vitória.O que prova que as pessoas crescem nas crises e nunca sabem,realmente,o tamanho da sua coragem.
Os métodos pouco ortodoxos do Dr. Logue,que nem ao menos doutor era,revelaram-se perfeitos,pois,aliou a técnica à compreensão e à amizade,sem os quais nunca teria conseguido seu intento:levar o Rei a vencer a gagueira e fazer um discurso monumental conclamando os ingleses a aceitarem a idéia da guerra.
Do roteiro,não gostei de como foi retratada Wally Simpson,a Duquesa de Windsor.
Eu a via nos jornais de muitos anos atrás,ambos idosos e sempre soube que Wally era uma mulher elegante,com um comportamento social aceitável e ciente dos seus deveres de mulher liberada e inteligente.
Se o amor deles foi perfeito? Bem, nenhum amor é completamente perfeito,mas,o deles perdurou até a morte.
O Duque de Windsor deixou o trono para não perder seu amor. Os ingleses jamais aceitariam uma americana divorciada e com uma vida pregressa cheia de namorados ,como sua rainha.
Mas,o roteirista quer nos fazer parecer que o motivo também foi as simpatias do casal por Hitler.Não creio.A realeza inglesa sempre pendeu um pouco para os alemães.A História prova isto.
Para terminar,devo dizer que adorei a interpretação de Helen Borham-Carter como a esposa do rei e sua força oculta.Ela não ganhar o Oscar de melhor atriz coadjuvante é inaceitável.Bem como o Geoffrey Rush como o Dr. Logue.
Coisas do Oscar...


Miriam de Sales Oliveira
Enviado por Miriam de Sales Oliveira em 06/03/2011
Código do texto: T2831478
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