Transformers: A Era da Extinção

Qualquer filme da saga Transformers só funciona sob duas condições: (1) ser visto quase que exclusivamente no cinema; (2) ser visto por apenas uma única vez. Explica-se. A primeira se dá pela grandiosidade dos inacreditavelmente perfeitos e incríveis efeitos pra lá de especiais [cuja percepção de realidade é ainda mais realçada pela bem utilizada tecnologia 3D], além da altíssima qualidade na reprodução de som e imagem.

Já a segunda é ocasionada pelo simples motivo de nem a mente mais vazia [acredito eu] conseguir ao menos assistir a cada um desses filmes por uma segunda vez, visto que, em suas quase três horas de duração cada, nos são apresentadas narrativas banais, centradas nas mesmas premissas (robôs x robôs, robôs x humanos, a galerinha do mal querendo conquistar a Terra...) e arquitetadas sob uma mesma dinâmica mergulhada nos clichês mais previsíveis, como se fossem as repetições de um esquizofrênico - afinal, são dirigidos por Michael Bay, um verdadeiro gênio do cinema contemporâneo [ironia, ok!].

Entretanto, “A Era da Extinção” consegue ser um pouco superior aos demais [principalmente aos capítulos 2 e 3] não só por dosarem nas sequências com efeitos como também graças à presença de Mark Wahlberg, que não merece honras como um grande ator porém seu perfil casa bem com esse tipo de personagem e dá fôlego e amadurecimento à história por ser um cara adulto e não passar por aquelas situações chatas típicas de adolescente. Tudo bem que ficou forçado colocá-lo como pai de uma garota de 17 anos, mas as suas tiradas são as menos constrangedoras dentro de um texto regular em qualidade e elenco medíocre, ambos tentando dar algum significado às tentativas pífias de humor.

E por que ver Transformers? Dentro de seus [excedentes] 160 minutos de duração é um bom passatempo naqueles dias em que não se quer pensar em nada, relaxar com algo bem despretensioso, curtir uns sustos e emoções, e ainda de quebra levar uma dor de cabeça pra casa devido a todo esse tempo com óculos 3D na cara [sim, retire-os nas cenas de blá-blá-blá: seus neurônios lhe agradecerão para sempre!!!]. E, o melhor, voltar a ser criança, quando o que mais se queria era que os bonecos ganhassem vida...

Pontos positivos: efeitos especiais; qualidade técnica de som e imagem; uso do 3D; dublagem (dos robôs no original, obviamente); direção nas cenas de ação; Mark Wahlberg; trilha sonora.

Pontos neutros: roteiro previsível (o que já era previsível, hehehehe); diálogos regulares; outros personagens do núcleo principal.

Pontos negativos: narrativa vazia e irregular; humor tosco e suas tentativas constrangedoras; núcleo científico e seus personagens caricatos; extensão; soluções incrivelmente fáceis para situações mais complexas.

Nota: 6,0.

Dan Niel
Enviado por Dan Niel em 08/07/2014
Reeditado em 03/08/2014
Código do texto: T4874232
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