Guardiões da Galáxia (Resenha Crítica)

Mais uma vez os estúdios da Marvel acertam e entregam ao público um entretenimento de qualidade e no mínimo bastante desafiador: adaptar das páginas de suas HQ's um grupo de (anti)heróis desconhecidos até por grande parte daqueles amantes do gênero. Isso porque, entre períodos de grandes hiatos, houve diversas reformulações e eles mais tiveram papel de coadjuvantes que de protagonistas. O resultado de tal empreitada não é tão extraordinário como os de “Os Vingadores” e “Capitão América 2”, mas nem de longe chega às canastrices dos três longas (principalmente os dois últimos) do Homem de Ferro.

Uma de suas qualidades louváveis é a dinâmica em que os fatos ocorrem, sempre de maneira rápida porém bem explicada – até porque o roteiro é um dos mais simples já feitos para os projetos da companhia e não conta com reviravoltas. O elenco está afiado, o texto possui boas tiradas cômicas (mas nada de fazer rolar de rir a quem tenha senso de humor um pouco mais aguçado) e o diretor, debutante em produções gigantescas, cumpre bem sua função. Destaque para a computação gráfica (quem jura que Thanos, Groot e Rockey são totalmente fictícios?) e o deleite que é a trilha sonora, que, no contexto, é praticamente o único elo que o filme faz com a Terra.

Outro aspecto muito favorável é o de que, diferente dos Vingadores, os cinco integrantes são de fato introduzidos como grupo, sem que um ou outro receba mais destaque. Se naquela equipe evidenciava-se um protagonismo do Capitão América e do Homem de Ferro, personagens mais populares da franquia, nesta, talvez por todos serem quase que desconhecidos para o grande público, o sentido de unidade está mais presente. Ninguém tem dúvida de que o Senhor das Estrelas (Chris Pratt) é o principal, mas os egos menos inflamados resultam em uma aliança mais sincera, até porque possuem objetivos que culminam à mesma finalidade, embora nem tão comuns se comparados uns aos outros.

Ainda assim, a Marvel insiste nos mesmos pormenores de antes: 3D prejudicado por fatores como planos muito escuros e ângulos abertos que apresentam bastantes informações ao mesmo tempo, um vilão que não se destaca, além de outro que pode ser um dos desfechos mais simplórios e banais para um de seus filmes (sim, vencer graças a uma dancinha beira o ridículo). É fato que conseguiram dosar a veia cômica, mas por pouco a forçada de barra não causa constrangimento, como se evidenciou em “Homem de Ferro 3”.

Em suma, como primeira empreitada no universo cósmico, a Marvel está de parabéns. O sucesso deste, assim como sua sequência, já estão mais que garantidos. Enquanto isso, aguardemos ansiosamente por 2015 e o segundo episódio dos Vingadores no cinema, que deve ser a grande catarse a encerrar com chave de ouro a intitulada Fase 2.

Nota; 7,5.

Dan Niel
Enviado por Dan Niel em 05/08/2014
Código do texto: T4910651
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