O Hobbit - A Batalha dos Cinco Exércitos

Desde que foi anunciada a adaptação em três partes para o cinema do romance “O Hobbit”, Peter Jackson, o diretor desta franquia e da antecessora “O Senhor dos Anéis”, tem sido alcunhado de muitas coisas, dentre elas “ambicioso”, “megalomaníaco”, “fanático” etc. Ao encerrar sua mais nova excursão às terras fantasiosas de J.R.R. Tolkien, Jackson deixa bem claro o porquê de sua megalomania: seu final deveria passar as barreiras do memorável e se tornar épico. E ele conseguiu.

Dos seis filmes que envolvem este universo, “A Batalha dos Cinco Exércitos” é o mais assustador, vibrante e emocionante de todos. Não apenas por ser o derradeiro. A equipe de roteiristas, da qual o diretor também faz parte, costura todas as pontas soltas, traça uma linha narrativa coesa e ainda cria situações que se encaixam perfeitamente ao seu todo, visto que esta última parte foi calcada mais em licença poética que nos escritos originais do autor.

A decisão por colocar Thorin como figura central foi o grande acerto do roteiro, que assim só provou que o anão sempre foi o protagonista desta aventura, tanto pela sua relevância para a trama como pelo seu enorme carisma. Não que o hobbit tenha de ser rebaixado a uma função secundária; porém, ao dividirem as cenas, mesmo sem dizer uma palavra, Richard Armitage brilhava mais do que Martin Freeman com seu Bilbo às vezes um pouco caricato.

Ademais, nas conexões estabelecidas com a trilogia anterior já desde “Uma Jornada Inesperada” (2012) se faz claramente perceber que essas duas franquias precisam ser vistas como uníssonas, sendo esta a gênese da primeira (muito parecido com o que foi feito com Star Wars).

Nem é preciso citar todos elementos que constituem uma obra cinematográfica, pois tudo soa de uma perfeição estarrecedora; e o 3D, com o efeito da aproximação, só auxilia por transportar o espectador para aquele mundo já nas sequências de ação que abrem o filme.

O único porém fica entre os 40 e 60 minutos de projeção, nos quais o ritmo narrativo freia e a trama navega em um certo marasmo por alongar sem necessidade os problemas psicológicos que assolam Thorin, o que até tem a função de atribuir maior dramaticidade à história; entretanto, ele é prontamente quebrado por conta dos conflitos dos povos da Terra Média.

Depois que as luzes se acendem – e você é obrigado a enxugar os seus olhos com alguma lágrima perdida – a sensação que resta é a de que mais tem de ser feito e que outras e outras adaptações de Tolkien clamam por vir. Não podemos ficar órfãos de uma literatura tão bem representada no cinema de uma maneira inspiradora e fantástica, principalmente sabendo que Jackson é um dos grandes fãs do escritor, o que em muito se explica todo seu êxito. Simplesmente imperdível!

Nota: 9,5.

Dan Niel
Enviado por Dan Niel em 13/12/2014
Reeditado em 02/11/2015
Código do texto: T5068149
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