Já começo dizendo que eu não sei fazer resenha. Admiro quem o saiba, eu não sei. Mas, tenho visto tantos filmes ultimamente e não vejo resenha aqui no Recanto para a maioria deles. Não sei se não despertaram nos resenhistas o mesmo interesse que em mim, ou se não os viram ainda.

Assim, vou relacionar alguns dos que eu assisti, mas, como são muitos, vou ter que dividir a lista em mais de uma postagem. A de hoje é referente a alguns filmes que nos mostram o Oriente Médio, porém, nenhum deles é sobre guerras especificamente. São produções cinematográficas da melhor qualidade. Tenho certeza de que vão surpreender a quem os assistir. São eles:

- A Bolha (The Bubble) – não é aquele antigão, de terror. É um filme israelense, ambientado em Tel Aviv, que conta a história de alguns amigos, todos ativistas de esquerda (pensa), mas, basicamente o amor entre dois gays, sendo um israelense (soldado de fronteira) e outro palestino (garçon). Não é filme pra quem tenha mimimi com certas cenas explícitas de sexo homoafetivo, já vou avisando. É um filme pra se pensar e repensar em uma porção de coisas que acontecem por aquelas bandas.

- Lemon Tree – também é um filme israelense, fronteira de Israel e Palestina, não me lembro em qual cidade. Uma senhora palestina, viúva, tem em sua propriedade uma plantação de limões e vive desta produção. Na casa ao lado, uma família se instala. A família é a do Ministro da Defesa de Israel. Como a residência dele tem que ter segurança total (paranóica) eles resolvem isolar o terreno onde se situa a plantação de limões da viúva. Ela, evidentemene, não aceita e se desespera ao ver os limoeiros secando, sem poder socorrê-los. Resolve, então, levar o caso aos tribunais. Trava-se uma batalha jurídica e emocional entre as duas famílias. Paralelo ao drama central, um relacionamento amoroso entre ela e o seu advogado, mostrando um pouco das limitações pelas quais passam as mulheres palestinas neste aspecto.

- O Canto dos Pardais – filme iraniano – um homem pobre, trabalhador em uma granja de avestruzes, fica desempregado e, por um acaso, acaba se tornando moto-taxista. Por causa deste novo trabalho acontece uma série de situações interessantes e comoventes. Mostra as dificuldades financeiras e familiares de quem se vê tendo que trabalhar sem salário fixo. Há também o relacionamento com um dos seus filhos pequenos, cujo sonho é criar peixinhos vermelhos, para ajudar o pai a ganhar dinheiro. Há certas cenas que, não vou mentir, dão uma marejada nos olhos.

- A Separação – filme iraniano – Um casal classe média, com uma filha adolescente, resolve se divorciar. O motivo da separação é que a esposa quer que eles se mudem para o exterior, a fim de fugir da violência do seu país e poder dar à filha melhores oportunidades. O marido acha que não há necessidade de sair de seu país. Enquanto corre o processo de separação ela vai para a casas dos pais, e a filha fica com ele. Acontece que era ela quem cuidava do pai dele, um velhinho que sofre do Mal de Alzheimer em estágio avançado. Então ele contrata uma mulher para cuidar da casa e do pai. Aí começa todo o drama, pois esta mulher tem um marido, daqueles bem encrenqueiros, que vai infernizar a vida do coitado. Muitas mentiras, muitos mal entendidos, muitos choques de culturas vão entrelaçando todos os personagens. Não dá pra contar mais, mas recomendo muito este filme. As cenas entre ele e o pai são de arrepiar.

- Procurando Elly – filme iraniano – Uma família numerosa de Teerã resolve passar um final de semana na praia. (Não é uma praia como no Brasil, é no inverno e eles são muçulmanos). Uma das mulheres desta família convida uma amiga (Elly) para ir junto. A intenção era de apresentá-la ao cunhado, mas a moça, por motivos que durante o filme serão esclarecidos, não quer mais ficar lá e pretende ir embora. Só que, antes de ir, vai brincar um pouquinho na praia com as crianças. Uma das crianças se afoga e todos correm para salvá-la e só depois de um tempo percebem que a moça desapareceu. Fica a dúvida se ela se afogou no mar ou se foi embora sem avisar ninguém. Durante o tempo em que estão desesperadamente procurando a moça (Elly) a história dela e de todos os outros vai sendo contada. A direção e atuação dos atores são tão boas que, às vezes, nos dá a impressão de ser um documentário e não ficção.

- Tempo de Embebedar Cavalos – filme iraniano – uma aldeia próxima ao Iraque torna-se uma fronteira informal entre os dois países, fomentando um comércio clandestino de todo tipo de mercadorias, todas elas transportadas por mulas (nem sei porque no título se diz cavalos).  O caminho é íngreme e as condições do tempo desfavoráveis. A história é sobre algumas crianças que perderam os seus pais na guerra e agora têm que sobreviver sozinhas. O irmão mais velho, de mais ou menos uns doze anos, consegue emprestada uma das mulas e sofre um bocado pra dar conta de serviço tão pesado e ainda ter que cuidar dos irmãos mais novos, um deles deficiente. Muito triste este filme, mas a coragem deste menino emociona.

- Tartarugas Podem Voar – uma premiada produção Irã/França/Iraque,  ambientada numa aldeia iraquiana, dias antes da invasão americana. A aldeia acaba se tornando um campo de refugiados e mostra a tensão que havia diante da guerra iminente, com a falta de notícias e a instabilidade do governo. A história é sobre um garoto que tem a incumbência de cuidar de todas as outras crianças do acampamento. Por ele entender um pouco de inglês (era fã dos americanos) e ser extremamente esperto, acaba se tornando um verdadeiro líder, não só das crianças. Neste acampamento chegam mais três irmãos: um menino, uma menina e um menorzinho ainda bebê. Este menino, que perdera os dois braços devido ao seu trabalho de localização e retirada de minas (o campo está cheio delas), possui um estranho poder de premonição, que será parte importante do filme. A menina, que é toda complicada, será o elo de ligação entre o irmão deficente e o garoto esperto, que é líder dos outros. Não vou contar mais, só dizer que o filme é pavoroso mas também maravilhoso. Uma obra-prima, tanto que foi premiado internacionalmente.

- A Cor do Paraíso – filme iraniano – de todos os filmes iranianos dos quais tenho ouvido falar, este é o mais famoso de todos. Ganhou um Oscar de melhor filme estrangeiro, mas, não sei dizer por que, ainda não o assisti. Sei que é sobre um garoto cego que vê o mundo de uma maneira tão única que já emocionou milhões de expectadores. Quando assistir eu volto aqui e edito.
 
 
Bom, é isto por enquanto. Espero que gostem tanto quanto eu gostei e me desculpem pela maneira desajeitada como falei deles. Como disse, não sei fazer resenhas.
 
Exceto A Bolha, todos os outros assisti pelo youtube. Se não retiraram ainda devem estar por lá.
 

 
Alice Gomes
Enviado por Alice Gomes em 12/11/2015
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