O Quarto de Jack - Análise SEM SPOILERS

Não é por menos que O Quarto de Jack (Room no original) tenha tido destaque na premiação do Golden Globe sendo indicado a melhor filme de drama, melhor atriz e melhor roteiro (vencedor em Melhor Atriz). A película gira em torno da mãe e seu filho (5 anos) que aparentemente estão trancado em um quarto desde antes da criança nascer, pois um homem os mantém em cativeiro 24 horas por dia. Tendo em vista esse plot o primeiro ato do filme nos envolve em pura emoção e empatia com as duas personagens principais interagindo durante todo o dia em um quarto minúsculo, nesse começo podemos notar que o narrador da história é o menino de cinco anos que passou a vida toda dentro do quarto e acha que aquilo “tudo” é que é o mundo.

O longa é conduzido com uma sutileza magistral, com cortes sutis, poucos closes, e deixando que as atuações nos envolvam pra dentro da tela fazendo com que nos preocupamos com tudo que está acontecendo (ou que não está), tendo em vista que o menino não sabe o que é o mundo real torna mais angustiante ainda acompanhar a jornada da mãe e do seu filho no dia a dia.

Segundo ato o filme começa a mudar seu tom, com os personagens já apresentados e simpatizados temos a chance de os ver crescer narrativamente enquanto a trama toma outros ares que parece muito mais um filme de terror do que de drama não só com a câmera mais movimentada como também a trilha sonora mais densa, aqui o perigo se torna maior.

Porém é em seu último ato que ele brilha de uma forma inacreditavelmente bem, a narrativa toma outros rumos que no começo não imaginaríamos. Torna-se, além de um filme de sequestro e estupro, para também uma história de superação feminina sobre o homem opressor, mídia sensacionalista, vitimização do culpado e culpabilização da vítima algo que é muito comum de pessoas conservadoras quando o homem estupra a mulher, e claro sobre amor maternal.

Por que se pensarmos bem o quarto quando visto por fora é bem pequeno e visto por dentro torna-se maior, então no final das contas não importa o quanto a situação seja difícil ou impossível o amor da mãe sempre vai ser a melhor coisa do mundo que deixa tudo um pouco (bastante) melhor. Amo-te Mãe.

Willpsk
Enviado por Willpsk em 19/01/2016
Reeditado em 12/02/2016
Código do texto: T5515895
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.