Um livro para chamar de meu – Gandavos Os contadores de histórias.








 
Será ético resenhar um livro do qual se é um dos autores? Se for ou não, desconheço e nem me importo. Estou é muito feliz.

Na contracapa Gilberto Dantas conta como conheceu Carlos Lopes. Foi do mesmo jeito que conheci: um dia recebi um e-mail pedindo permissão para colocar uma história minha em seu blog Gandavos. Fui conhecer o blog antes, permiti.  E a história se repetiu outra vez, com nova permissão. Mais tarde veio um convite mais ousado – não queria eu participar da elaboração de um livro comemorativo do primeiro aniversário do Blog? Convite aceito, textos enviados, um novo convite – e que tal escrever uma das orelhas? Então, na segunda orelha conto a história do blog que se inicia em um tempo bem longínquo quando em uma pequena cidade do interior pernambucano (Custódia) jovens criaram um Grupo de Teatro ao qual chamaram de Gandavos.

E agora ele está aqui em minhas mãos e acaricio sua capa sedosa em fundo marrom, onde dentro de um quadro, sob a luz da Lua que entra pela janela e o fogo do fogão a lenha, um velho assentado no chão, conta histórias para jovens ao seu redor.

São quinze autores e trinta e três textos, entre contos, causos, crônicas. A vida pulsando na memória, na imaginação, na criatividade. Os meus são contos: A mulher magra/Enquanto eles não sabiam/A cachorreira/A inimiga e Orelhas.Podem ser lidos na minha escrivaninha do Recanto das Letras ou no meu blog Grãos de Areia (http://marilim.net) e um e outro no http://gandavos.blogspot.com.

Na primeira orelha, o organizador e também autor, Carlos Lopes diz que o nosso livro “’ é seguramente o melhor livro do gênero publicado nos últimos anos”. Celêdian Assis de Sousa faz a apresentação e Augusto Sampaio Angelim o prefácio.

O livro é bonito, gostoso de manusear. A ilustração para a capa de Joselma Firmino é de Edmar Sales.

Deveria dizer que li em uma sentada só, mas na verdade li quase que todo em uma deitada só – fui tomar soro (anemia) no PS da Santa Casa e aproveitei para ler a maioria das histórias. Foi um contorcionismo um tanto quanto ridículo já que estava com um braço completamente imobilizado graças ao terrorismo do enfermeiro: se a agulha sair da veia, o ferro vai entrar no seu braço e ficará uma mancha escura que nunca mais vai sair. Mas graças a este livro que, finalmente posso chamar de meu, nem vi o tempo passar.