Os dez fundamentos da facilidade em ensinar e aprender

Uma grande questão sempre levantada pelos pensadores da educação, com certeza, é sobre como fazer uma educação eficiente onde o aluno consiga absolver o conteúdo proposto e como o educador pode facilitar esse processo de ensino-aprendizagem. No capítulo XVII do livro Didática Magna de Comenius, escrita durante o século XVII, encontramos uma discussão sobre os fundamentos do ensinar e aprender com facilidade, colocados a partir de dez tópicos.

Como primeiro destes fundamentos, Comenius propõe que o começo dos estudos deve ocorrer antes que este corrompa-se. Ele pensa assim, de certa forma pensando no grande trabalho que teria em corrigir uma ideias, por vezes, errônea. Para o autor melhor seria escrever em uma página em branco do que apagar algo que fora escrito antes que a sua lição viesse a começar. Preparar o espírito para tais estudos é enfatizado no segundo fundamento, tendo em vista que é essencial que ao receber algo tenhamos alguns pré-requisitos como o próprio querer aprender para poder sermos instruídos. O terceiro fundamento diz para se aprender algo específico devemos ter previamente informações gerais tendo em vista que precisamos de uma base onde todo o conhecimento deverá ser sustentado. Se falta aos jovens esse embasamento terão eles uma maior dificuldade em aprender. Em consequência do terceiro fundamento encontramos o quarto, onde aconselha o autor ao ensino do que é mais fácil antes das questões mais complicadas.

Certamente, pode-se entender que a aprendizagem deve está colocada de uma forma a pensarmos como algo alcançável para os alunos, pois assim estarão sempre esperançosos em possuir seus conteúdos. Os fundamentos cinco e seis chama a atenção a sobrecarga do material a ser ensinado. Colocar muita coisa a ser aprendida sem dar um tempo para assimilação destes conteúdos não possibilitará uma eficácia na compreensão do que foi proposto. Os fundamentos sete e oito esclarece sobre a motivação do estudante em buscar o que se quer aprender. O aluno certamente tem curiosidade em aprender algo, porém, nem sempre o que lhe é interessante condiz com o que ele precisa e deve saber. Para resolver tal fim é preciso mostrar para os educandos qual a importância e utilidade do que se está propondo enquanto conteúdo demonstrando o quanto os conteúdos estão convivendo com eles em seu cotidiano. Como décimo fundamento coloca-se o encontro de um método para se colocar em prática entre aluno e professor, fazendo com que o aluno possa habituar-se e em consequência não sentir dificuldade em assimilar os conteúdos futuros.

Enfim, fica claro que não é de hoje que os estudiosos procuram maneiras de se construir uma educação de qualidade e eficaz. Talvez o que tenha faltado durante todo esse tempo seja a aplicação “de corpo e alma” a esses métodos. A pressa e exagero de conteúdos talvez seja ainda hoje os grandes vilões da educação. Ensinar as coisas simples, de maneira paciente, com assuntos passíveis de compreensão e em etapas definidas facilitam a missão do educar.

José Augusto de Morais
Enviado por José Augusto de Morais em 06/04/2014
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