Steve Heslin - Capítulo 30
 
   De tantas ideias, poucas eram boas ou produtivas, passei dois dias ouvindo Will tocar seu violão e tentar criar canções de Rock, estávamos perdidos.
   Henry, Taylor e George se juntaram à nós perto da noite, entre mais barulho do que música começamos aos poucos a se entender, era como cinco desajustados que acabaram de se conhecer, pelo menos nesse "ramo" da música.
   Como sempre liguei para Hallie perto da noite, estava um pouco surdo depois daquele "ensaio" que fizemos, mas ainda podia ouvir Will cochichando ao celular com Lilian em seu quarto.
-Oi, como você está? - perguntei.
-Oi, estou ótima e você? - Hallie respondeu.
-Que bom, nossa estou quase surdo, George gosta de fazer barulho e Will as vezes grita mais do que canta.
-Hum, estão se dando bem então. - ela riu baixinho.
-Sim, é bom ter amigos por perto, mas não vejo à hora de poder passar os dias ao seu lado de novo, já começo à me sentir sozinho.
-Calma, em três semanas estarei ai, consegue conviver com os meninos até lá? 
-Consigo sim, amo você.
-Também te amo Steve. Vou para à sala, beijo até amanha.
-Beijo, boa aula.
   Will queria comprar um ônibus, ou alguma coisa do estilo, para que pudéssemos viajar e tocar por outras cidades do país, só penso que ele esqueceu que mal tínhamos começado a ensaiar. Então logo tirei aquela ideia da cabeça dele.

   Finalmente estava me sentindo feliz, conseguia olhar para os lados e ver tudo o que precisava. O dia estava radiante e mal podia esperar para que passassem logo aquelas três semanas, para poder ter Hallie por perto novamente.
   Fui na igreja a noite, nem imaginava no que iria encontrar lá, uma menina havia falecido, mais uma perda para aquela pequena cidade. Francine tinha apenas treze anos, sofria de leucemia desde os cinco, mas o que mais me assombrava era que o clima não era de choro, nem de tristeza. Naquele momento entendi que ela havia partido para finalmente viver em paz, sem mais nenhum problema, nenhuma dor.
   Acompanhei o enterro no dia seguinte, Will me acompanhou com seu óculos escuros e começou a falar.
-Você devia comprar um não acha? – perguntar.
-Um óculos cara! – apontou em direção ao dele.
-Ah, sei lá, isso é meio cafona.
-O que você disse?
-Nada não.
-Cafona é dizer cafona!
-Okay Will, me desculpe, mas não pretendo usar óculos escuros. Lembra daquela noite?
-Que noite?
-Onde te encontrei perto do lago, bêbado usando os óculos.
-Isso faz muito tempo, eu estava num momento de euforia.
-Claro, euforia é não conseguir nem andar direito?
-Chega, você veio aqui para conversar ou para ser respeitoso. – encerramos a conversa ali.
   Não esperava criar ideias naquele dia, muito menos naquele lugar, mas depois de alguns minutos, umas coisas começaram a aparecer na minha cabeça. Cutuquei Will e falei sobre aquilo.
-O que acha de escrevermos uma música sobre isso?
-Cemitério?
-Sim, mas não nesse sentido só de morte, afinal as almas das pessoas que estão aqui já são livres.
-Como assim?
-Eu vou tentar escrever mais tarde e você me diz se gostou.
-Okay, agora pelo amor de Deus preste atenção nas pessoas e pare de falar, senão lhe deixo sozinho aqui.

 
 
 
Comet Green
Steve 23
Will 26
Henry 19
Taylor 21
George 24


 
Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 17/09/2014
Código do texto: T4965378
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