Aflições de Reginald Bell

AFLIÇÕES DE REGINALD BELL
Miguel Carqueija

Seria perfeita loucura tentar resenhar toda a saga de Perry Rhodan, criada na Alemanha e desenvolvida há décadas por uma equipe de escritores. Até mesmo colecionar a série inteira já se afigura loucura.
No Brasil seria impossível sem acesso às edições originais ou de outro país onde a série tenha saído ininterruptamente. Aqui ela foi interrompida duas vezes — e desde a última ainda não foi reiniciada.
Falemos de “Gom não responde” (Gom antwortet nicht), de Kurt Mahr, volume 47 da coleção e ainda no primeiro ciclo, da Terceira Potência. É uma novela movimentada e onde o próprio Perry Rhodan aparece pouco; centra-se em torno de Reginald Bell, um dos principais auxiliares de Rhodan, e um grupo de mutantes que o acompanha numa perigosa aventura no estranho planeta Gom, habitado por esquisitos seres bidimensionais capazes de se juntar aos milhões, formando um organismo coletivo. Bell e sua equipe os chamam de “solhas” ou simplesmente “gons”.
Sem Perry Rhodan, Bell e seu grupo — os telepatas Belty Toufry, John Marshall e Ishibashi, o pára-ótico Wuriu Seryu, o teleportador Tako Kakuta e o mutante de duas cabeças, Goratchin — têm de se arranjar por conta própria. E a narrativa de Mahr, realmente, não deixa o leitor tomar fôlego, com os heróis acossados o tempo todo por um inimigo incompreensível e também pelos “bios”, gigantescos androides programados para matar os humanos. Embora a série seja mais “space opera” que “FC hard”, é preciso atentar bem na leitura, que apresenta detalhes técnicos não muito fáceis de entender.
Leitura leve e recomendável.

Rio de Janeiro, 8 a 10 de outubro de 2013.


imagem: capa de um número alemão da série