ANTES QUE SEJA TARDE (DÉCIMA TERCEIRA PARTE)
     O Senhor Alencastro Guimarães apareceu no corredor diante de dona Sueli e de Eugênio um tanto pasmo diante do que via. "Como aquela mulher enxirida se atrevu a abrir aquela sala"?:
     _ Quem mandou abrir esta porta?
     _ Se abriu sozinha. Mas, o único que deve explicações aqui é o senhor. 
     _ Verdade titio, por que trás consigo todas essas armas em sua casa?
     _ Não devo satisfações a ninguém.
     _ Mas, deve a polícia!
     Disse a senhora furiosa e saindo da casa dele disposta a relatar o fato a polícia:
     _ Vá Eugênio! Vá atrás dela e a impeça...
     _ Não posso titio. Com um fato grave como este, e levando em conta a morte de Marcos Luís o que o senhor quer que nós dois pensamos.
     _ Não foi eu quem mandou matar meu filho, se é isso o que quer saber.
     _ Pode muito bem o alvo ter sido a Luísa Carla.
     _ Oras seu cretino é isso o que quer que a polícia pense?
     _ Estou sendo sincero já que o senhor se atreveu a mandá-la de novo para o hospício.
     _ Você não vai se meter com ela de novo.
     _ Isso é o que o senhor pensa.
     Três dias depois o senhor Alencastro Guimarães foi chamado para depor na delegacia a respeito das armas encontrada em sua casa.
     O delegado queria saber o motivo pelo qual as mantinha em seu poder:
     _ Foi quando trabalhei no exército como atirador e fui um dos melhores.
     _Sabe que pesa sobre o senhor a suspeita da morte do seu filho.
     _Jamais faria algo semelhante senhor. Algumas armas eu ganhei e outras eu adquiri como colecionador.
     A prisão dele não foi decretada tendo pago fiança e declarado sem antecedentes criminais. Fizeram a reconstituição do crime no Outeiro da Glória e logo se verificou que uma de suas armas foi a que matou o rapaz. No entanto ao mexer no armário de Maria Emília eencontrou uma carta qual nesta dizia assim
    Prezado Alvaro eu me sinto culpada de muitas coisas e entre elas a de ter tido a coragem de fazer algo tão horrível que foi tentar contra a vida desta moça. O que eu não imaginava é que o tiro ia cair sobre o nosso filho. Me perdoe por ter feito isso.
    Ficou perplexo com o que leu. E agora o que fazer:
    _Deve entregar esta carta ao delegado senhor. _ Sugeriu Ataliba.
    _ Nunca imaginei que Maria Emília pudesse fazer algo semelhante.
    E no Centro preparatório ela contava o que havia feito. Dissera que não queria que Luísa Carla se casasse com seu filho porque tinha medo de ver como ficava bom diante dela. Pensava que só podia ser obra de bruxaria.
    O Mestre abraçou-a confortando-a.
    Marcos Luís ainda padecia no umbral e quando menos esperava se aproximou da irmã Estefanie colocando as cadeiras umas sobre as outras novamente. Irmã Estéfanie ficou assustada com o que viu e resolveu ir falar com Luísa Carla que agora ajudava Dr. Castilho com os pacientes, embora estivesse em tratamento:
     _Como vai Luísa Carla?
     _ Vou bem irmã e a senhora? O que a tráz aqui?
     _ Tem acontecido coisas estranhas no colégio. Arrumo as carteiras e cadeiras e quando olho para tráz elas estão umas sobre as outras. Sei que uma pessoa por mais equilibrista que seja não poderia colocá-la assim.
     _ Seu filho irmã. Ele está do seu lado o tempo todo.
     _ Meu filho está no Centro de Pesquisa Luísa Carla. Nasceu com a cabeça maior que o corpo.
     O espírito da madre tomou conta dela de novo:
     _ Foi o que disse seu pai para que você não sofresse. Seu filho está morto e não sai do seu lado.
     Ela olhou ao redor incrédula:
     _ O que aconteceu com ele?
     _ Ele morreu vítima de uma bala perdida no dia do seu casamento com Luísa Carla. Ele foi adotado por uma senhora grãnfina.
     Seus olhos encheram de lágrimas e pediu em forma de oração que a perdoasse pois não sabia que ele havia sobrevivido. Pediu perdão por nunca tê-lo procurado quando a iludiram dizendo que havia sido feito um aborto no qual se culpou a vida inteira. Marcos Luís tornou a ver a luz e agora tinha que ir.
   
Mazi
Enviado por Mazi em 24/04/2015
Reeditado em 24/04/2015
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