Do nada ao mistério absoluto

Do nada ao mistério absoluto

Livro de Bernhard WELTE, publicado originalmente em 1978, em Friburgo, em alemão com o título RELIGIONSPHILOSOPHIE. Na verdade o livro é um tratado de filosofia da religião, fruto de aulas das aulas de Welte de filosofia da religião. O texto começa com questões introdutórias, tais como o sentido geral do pensamento filosófico, aqui ele aborda a questão de pensar em primeira pessoa, que o ser deve ser o objeto do pensamento filosófico e que esse deve conservar sempre uma caráter de abertura. Segundamente ele adentra na filosofia da religião propriamente dita e ai coloca a religião como objeto do pensamento filosófico e como essa deve versar sobre a questão do próprio conceito de filosofia da religião e religião como tal, ou seja, a relação do homem com Deus, assim como as diversas dimensões da mesma religião. Depois ele busca inserir a filosofia da religião no pensamento contemporâneo e suas relações com diversos modos de pensar.

A segunda parte do livro de Welte é sobre Deus como princípio da religião. Aqui ele calcula um rascunho de um primeiro itinerário verso Deus, isto é, o estudo da existência, do nada ou não-existência, assim como de sua essência, sua experiência, a sua ambiguidade, os seus possíveis condicionamentos e limites e a diferença ontológica que isso representa. Depois ele elabora o rascunho de um segundo itinerário verso Deus, ou seja, sobre o nada dentro de nós, a exclusão que ele opera e a pergunta sobre o fundamento da existência. Em seguida ele busca esclarecer esses dois rascunhos à luz da tradição, quer dizer, de Tomas de Aquino, Anselmo e Kant. Os pontos seguintes tratam do caráter pessoal do mistério absoluto, a divindade desse mesmo mistério, para em seguida abordar as mudanças históricas da figura de Deus e as variações do ateísmo.

A terceira parte do livro de Welte é o homem como sujeito da religião. Nesse momento ele explicita as dimensões religiosas da pessoa, ou seja, a fé, a oração, e essa como silêncio, como linguagem, como culto, como comunicação e como predicação. Depois ele apresenta a questão da ação simbólica no culto religioso e, por fim, sobre o que torna inconsistente a religião, isto é, as possibilidades, as multiplicações desnecessárias, as ideologias, o fanatismo, a realidade transeunte da religião. Em conclusão ele aponta um fim sem fim, ou seja, um discurso que não se finaliza, não é aprisionado em um sistema, porque não se acaba nunca o que nós buscamos, porque o coração do homem é infinito e não se pode exaurir o oceano da divindade. Jamais ao fim porque a religião não possui definitivamente o seu objeto e porque a religião é sempre provisória e depende do testemunho dos homens.

P. Jorge Ribeiro

Pejotaribeiro
Enviado por Pejotaribeiro em 09/07/2015
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