A CIDADE E AS SERRAS - documentário e crítica no Realismo/naturalismo de Eça de Queiros.

VIDA E OBRA

http://educacao.globo.com/literatura/assunto/autores/eca-de-queiros.html

Eça de Queirós

25 de Novembro de 1845

16 de Agosto de 1900 (54 anos)

RESUMO

A cidade e as serras EM DESENHO: https://www.youtube.com/watch?v=A5oVlESY3GU

Eça de Queirós foi um dos grandes nomes da literatura portuguesa. O escritor participou de um período de mudança, em que o romantismo dava lugar ao realismo. Na primeira fase da sua carreira, produziu obras com influência romântica. O realismo aparece nas narrativas da segunda fase. Na terceira e última, Eça apresenta textos mais imaginativos, testando os limites do estilo literário.

“O Crime do Padre Amaro” e “O Primo Basílio” são duas de suas obras mais importantes. Com temática crítica, o autor causou polêmica na sociedade portuguesa da época e foi condenado pela Igreja Católica.

Eça de Queirós trabalhou como jornalista, como muitos autores do período, advogado e cônsul. Mas ficou mais conhecido pela atuação na literatura. Os textos do autor apresentam o nascimento do realismo português e são objeto de análise até hoje.

MOVIMENTO LITERÁRIO

O escritor português escreveu os primeiros textos com características românticas. A segunda fase, no entanto, foi marcada pelo realismo. Eça de Queirós foi um dos responsáveis pelo início do realismo em Portugal. “O Crime do Padre Amaro” é uma obra representativa do movimento literário.

Estilo

Apresenta uma visão mais crítica da sociedade, diferente do romantismo que precedeu o movimento. Eça de Queirós fugiu do estilo clássico de escrita, apostando em uma maior liberdade na elaboração do texto.

Entre as principais obras, vale destacar “O Primo Basílio”, “Os Maias” e “As Cidades e as Serras”.

BIOGRAFIA

Filho de mãe portuguesa e pai brasileiro, Eça de Queirós nasceu em Portugal. José Maria Teixeira de Queirós e Carolina Augusta Pereira d’Eça só se casaram quando o escritor estava com quase quatro anos. Devido à posição social superior da mãe, a família não aceitava a união.

Eça de Queirós, escritor português (Foto: Reprodução)

Eça de Queirós, escritor português (Foto: Reprodução)

O jovem Eça de Queirós estudou Direito na Universidade de Coimbra., seguindo os passos do pai. Por lá, conheceu o também escritor Antero de Quental e começou a publicar seus textos na revista “Gazeta de Portugal”. Durante o curso, teve relação com o grupo “Escola de Coimbra”, que apresentou o realismo à Portugal.

Com características realistas, uma de suas obras mais importantes foi “O Crime do Padre Amaro”, publicado em 1875, e “Os Maias”, em 1888.

Formado em 1866, passou a atuar como advogado e jornalista em Lisboa. Chegou a criar uma publicação, a “Revista de Portugal”. Trabalhou também em diferentes períodicos, como “Gazeta de Portugal”, “Diário Ilustrado”, “Diário de notícias” e “Correspondência de Portugal”. O escritor ainda foi cônsul de Portugal em Havana, Newcastle, Bristol e Paris, onde permaneceu até a sua morte em 1900.

Na vida pessoal, teve quatro filhos com Emília de Castro, com quem se casou quando já tinha 40 anos.

Fonte

Fundação Eça de Queiroz

Wikipedia

1. VISÃO DA CIDADE E DO CAMPO - IMAGENS EM:

A Cidade e as Serras - Eça de Queirós

Profa. Cristina - biografia e obra de Eça de Queiros:

https://www.youtube.com/watch?v=OZqh0iSeAYg

https://www.youtube.com/watch?v=udOu_arnwb4

FUVEST/UNICAMP - A Cidade e as Serras - OUTRO VÍDEO no youtube;

https://www.youtube.com/watch?v=fIgyVg0AQhY

3. A CIDADE E AS SERRAS - documentário e crítica no Realismo de Eça de Queiros. RESUMO EM;

http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/cidade-serras-analise-obra-eca-queiros-704895.shtml

3. Questionário: RESPONDER NO CADERNO PARA O DEBATE EM SALA DE AULA.

1. Historicismo e positivismo em Jacinto e a tensão entre cidade e campo, como pode ser mostrado na obra?

O Eça de Queiros faz as pazes com a Pátria e busca os valores da vida provinciana e do campo.

O homem de excessos e glamour, mas infeliz (leia Schopenhauer) em Paris, acinzentada pela poluição industrial. E onde encontra o encanto?

2. Como associar (in)felicidade e amor na obra?

Leia Eclesiastes sobre a vaidades e status, controle sua vontade.

Ele passa a ser vista como sebastianista e miguelista.

E nas Serras, vive mais sua vida, busca o equilíbrio entre ciência e natureza - vive o amor e descobre a família com Joaninha.

3. Veja as características de realismo e naturalismo nesta obra:

como crítica à modernidade e a revolução industrial. José Fernandes é o narrador da história de Jacinto.

tatianagfeltrin

https://www.youtube.com/watch?v=QfzqQsYazbg

[FUVEST | UNICAMP#7] A Cidade e as Serras (Eça de Queirós)

Veja detalhes da obra em:

Último livro de Eça de Queirós, A Cidade e as Serras foi publicado em 1901, um ano após a morte do autor português. A obra não estava inteiramente acabada. Faltava a meticulosa revisão que Eça dedicava a seus romances antes de publicá-los. Ainda assim, é considerado um dos mais importantes livros do escritor, concentrando as principais características do período de sua maturidade artística.

Nessa fase, Eça ameniza o rigor do método realista e reconcilia-se com seu país, Portugal, tão duramente criticado em romances anteriores, como O Crime do Padre Amaro e O Primo Basílio.

- Confira a lista dos principais personagens de "A cidade e as serras"

- A Cidades e as Serras - Trechos comentados

TEMPO E ESPAÇO

O narrador-personagem, José Fernandes, é quem conta a história do amigo Jacinto. A narrativa se passa no século XIX, quando Paris era considerada a capital da Europa e o centro do mundo. Portugal, no entanto, mantinha-se como um país agrário e decadente.

Havia grande entusiasmo, nos meios intelectuais da época, pelas teorias positivistas de Augusto Comte, criador do sistema que ordena as ciências experimentais, considerando-as o modelo por excelência do conhecimento humano, em detrimento das especulações metafísicas ou teológicas.

ENREDO

A narrativa inicia-se com a história de dom Galião, grande proprietário que, ao escorregar numa casca de laranja, é socorrido pelo infante dom Miguel. Desse dia em diante, o rechonchudo velho torna-se partidário fanático do príncipe.

Em 1831, dom Pedro retorna do Brasil para assumir o trono português, destronando seu irmão, dom Miguel. Indignado, dom Galião muda-se de Portugal para Paris, levando consigo Grilo, futuro criado de Jacinto.

Em Paris, o filho de dom Galião, Cintinho, torna-se uma criança doente e tristonha. Quando adulto, seu aspecto não melhora. Em sua única decisão mencionada no livro, prefere ficar em Paris e casarse com a filha de um desembargador a ir tratar-se no campo. Conclusão: morre três meses antes de nascer Jacinto, seu único filho.

Jacinto cresce como um menino forte, saudável e inteligente. Na faculdade, seu colega Zé Fernandes (o narrador) o apelida de "Príncipe da Grã-Ventura". Em Paris, andavam em voga as teorias positivistas, das quais o protagonista se revela entusiasta. Jacinto elabora uma filosofia de vida:

"A felicidade dos indivíduos, como a das nações, se realiza pelo ilimitado desenvolvimento da mecânica e da erudição".

O resultado desse entusiasmo de Jacinto por Paris, porém, se revela desastroso. Zé Fernandes retrata dessa forma a decadência do protagonista, de quem se havia separado durante sete anos:

"Reparei então que meu amigo emagrecera; e que o nariz se lhe afilara mais entre duas rugas muito fundas, como as de um comediante cansado. Os anéis de seu cabelo lanígero rareavam sobre a testa, que perdera a antiga serenidade de mármore bem polido. Não frisava agora o bigode, murcho, caído em fios pensativos. Também notei que corcovava".

Zé Fernandes, então, também se deixa levar por Paris, ao ser dominado por uma paixão carnal pela prostituta Madame Colombe. O caso contraria as teorias de Jacinto, expostas no começo do livro, segundo as quais o homem se tornava um selvagem no campo. Nesse caso, foi a cidade de Paris que transformou Zé Fernandes num escravo de seus instintos.

Segue-se uma série de episódios que ilustram o ridículo que se escondia sobre a pretensa superioridade dos parisienses. Jacinto torna-se entediado, doente, chega a lembrar seu pai, Cintinho. Então ocorre uma reviravolta: a igreja onde estavam enterrados os avós de Jacinto vem abaixo durante uma tormenta. Ele manda que se reconstrua tudo, sem se importar com os gastos.

Na viagem de volta a Portugal, Jacinto perde quase toda a bagagem. Seu país, no entanto, devolve a saúde ao protagonista, que, revigorado, promove diversas melhorias em Tormes. Finalmente, ele se casa com Joaninha, camponesa e prima de Zé Fernandes. Na última cena do livro, Zé Fernandes, também enfastiado de Paris, parte para Tormes - o "castelo da grã-ventura" - com Jacinto e Joaninha.

CAMPO E CIDADE

A temática do campo versus cidade - recorrente nas obras do escritor português - é o cerne do romance A Cidade e as Serras, como o próprio título indica. Na tradição da literatura ocidental, o gênero bucólico ou pastoral sempre tratou da oposição entre a vida tranqüila e sábia do camponês e a vida urbana, cheia de agitação fútil. Para diferenciar o que ocorre no gênero pastoral e nesse romance, é preciso entender os pressupostos daquela oposição. Por que a vida no campo seria mais "sábia" que a vida na cidade?

O gênero bucólico, cultivado por inúmeros autores desde a Antiguidade, caracteriza-se pela criação de um personagem lírico - um pastor fictício - cujo conhecimento provém da contemplação minuciosa da natureza. Sua expressão poética será tanto mais eficaz quanto mais transmitir o efeito de possuir duas qualidades principais: sabedoria e simplicidade.

O conceito de sabedoria mudou muito no decorrer da história. Sem a pretensão de aprofundar aqui os vários significados que a palavra teve, é interessante mostrar como esse conceito se torna problema na obra de Eça.

O teórico Walter Benjamin definiu sabedoria como "a teoria entretecida na experiência", fórmula que desvaloriza tanto a ação que se promove sem o governo da razão, limitada pela ignorância (simbolizada na figura do selvagem), quanto a teoria desvinculada das ações e da vida sensível (simbolizada principalmente pela informação).

MODERNIDADE

No romance, um exemplo de como a questão aparece está na cena em que Zé Fernandes, após ter passado sete anos em Portugal, reencontra Jacinto em Paris. Depois de verificar que o amigo parecia mais magro e abatido e admirar-se com as inovações do 202 (número da casa de Jacinto na capital francesa), Zé Fernandes observa espantado o funcionamento de um telégrafo, que transmite a Jacinto a informação de que "a fragata russa Azoff entrara em Marselha com avaria".

Enquanto isso, Jacinto está ocupadíssimo ao telefone. O visitante pergunta então ao anfitrião "se o prejudicava diretamente aquela avaria da Azoff". A resposta do entediado Jacinto é: "Da Azoff?... a avaria? A mim... Não! É uma notícia".

Trata-se de um dado que não tem importância para Jacinto, pois sua existência está completamente afastada do destino da embarcação russa. A informação, porém, estabelece um falso vínculo entre ambos os eventos. Jacinto assiste a tudo, mas não pode tomar nenhuma atitude. A constatação é que o homem informado assiste a um jogo complexo de acontecimentos que se desenrolam por todos os lugares do mundo, muitos sem nenhuma relação aparente entre si, e fica como Jacinto diante do telégrafo: agoniado e entediado.

Quando o protagonista volta a Portugal, encontra o mundo da experiência alheia à teoria. Se em Paris ele tinha um milhão de instrumentos incapazes de proporcionar uma vida saudável, em Portugal falta-lhe até uma cama confortável, sendo preciso improvisar uma entre as pedras.

Vale lembrar que Jacinto fora chamado a Tormes - sua propriedade em Portugal - para reconstruir o túmulo de seus ancestrais, o que pode ser interpretado como uma religação do protagonista com suas origens, citadas no início do livro. Porém, o Jacinto que retorna é um homem muito informado e pode agora aplicar parte da grande carga teórica que adquiriu ao contexto português. É preciso primeiro livrar-se da complexidade inútil do jogo das informações e articulá-las de modo eficiente. Em resumo: agir com simplicidade. O protagonista, então, torna-se sujeito de uma ação bem direcionada, conseguindo promover muitas melhorias em Tormes, lugar atrasado e pobre.

A idéia de sabedoria encontrada nesse romance, portanto, se desvincula do que determina o gênero bucólico, em que a contemplação da natureza é a responsável pela produção do saber. O que vemos aqui é uma idéia muito mais próxima de nossa modernidade, na qual há uma ruptura entre a informação e a experiência pessoal.

CONCLUSÃO

As obras de Eça de Queirós podem ser agrupadas em três fases: a primeira, experimental, em que o autor publicou artigos irregulares em folhetins; a segunda, fortemente realista, que vai desde a publicação de O Crime do Padre Amaro, em 1875, até a de Os Maias, em 1888; e a terceira, pós-realista, na qual o autor se reconcilia com a sua Portugal. Nessa, destaca-se A Ilustre Casa de Ramires, de 1900, além de A Cidade e as Serras.

A temática tratada, campo versus cidade, vem de uma longa tradição literária e é recorrente na obra do autor. Nesse romance, ele se dedica a mostrar a futilidade reinante em Paris e a satirizar as idéias positivistas que deslumbravam a juventude intelectual da época.

4. Contradições ou paradoxos da modernidade em Portugal - tédio e pessimismo.

G1 Professor dá dicas sobre a obra A Cidade e as Serras de Eça de Queirós

FILOSOFIA E LITERATURA - https://www.youtube.com/watch?v=ZvyzPu7K_JQ

https://www.youtube.com/watch?v=ZvyzPu7K_JQ

5.

Prof. Fernando - As Cidades e as Serras - parte 3 - Objetivo São Carlos

https://www.youtube.com/watch?v=Bjp920sGfi4

https://www.youtube.com/watch?v=A5oVlESY3GU
Enviado por J B Pereira em 04/10/2015
Código do texto: T5404302
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