Ciência aloprada

CIÊNCIA ALOPRADA
Miguel Carqueija


Resenha do livro “Frank Einstein e o motor antimatéria”, de Jon Scieszka. Ilustrações: Brian Biggs. Editora Intrínseca, Rio de janeiro-RJ, 2015. Título original: “Frank Einstein and the antimatter motor”, direitos reservados em 2014 pelos autores. Tradução: Regiane Winarski.

Livro em capa dura com história bem infanto-juvenil. O protagonista, cujo nome é um óbvio trocadilho, vem a ser um menino-gênio tranquilo e obstinado que, ajudado por seu amigo Watson (sic)trabalha com invenções mirabolantes e sonha vencer o Prêmio de Ciências de Midville, sua cidade. Ele tem porém um rival ardiloso e cruel, T. Edison (sic), um garoto como ele mas fundamentalmente desonesto.
Quase por acaso F.E. inventa dois robôs, Klink e Klank, sendo o primeiro muito inteligente e o outro bastante tapado. Outro personagem importante é Al, avô de Frank, ele também um inventor e que dá todo apoio ao neto. Os pais de Frank gostam de se ausentar em viagens e aparecem pouco.
O livro é muito descontraído e engraçado. É o caso, por exemplo, da seriedade robótica de Klein. Quando Frank, a propósito do robô ter considerado “maravilhoso” o caráter criativo do garoto, pergunta: “Você está sendo sarcástico?”, a resposta do autômato é este primor:
“Por que eu usaria uma palavra-adjetivo para dizer o oposto do que quero dizer só para insultar uma pessoa, mostrar irritação ou ser engraçado?”
Realmente não se espera isso de um robô.
O vilãozinho Edison (até faz lembrar o Draco Malfoy) fará tudo para sabotar os planos de Frank, e da maneira mais desonesta possível.Dessa maneira logo a novela nos conduz a episódios de muita ação e perigos vividos por Frank e Watson, enquanto Edison conta com a ajuda improvável de um chimpanzé mal-humorado que usa a linguagem dos sinais.
Ótima indicação para crianças com mais de oito anos e adolescentes.

Rio de Janeiro, 22 de outubro de 2016.