Soneto de saudade

Dias vagarosos em que me embrenho
Sem ter tua presença e teu carinho
São como nebulosas que eu ordenho
No céu de minha vida um pergaminho

Ninho sem calor é tudo o que tenho,
E venho, co’alma seca em desalinho;
Moer estes meus versos neste engenho,
Em vinho de saudade, que esquadrinho.

Vem amor amado regar a terra,
Que tão ardente racha de saudade,
E invade as veias todas desta serra.

Assim, a inspiração em mim desterra.
Versos e rimas sem formalidade,
Num brade de amor que se encerra
.