A Caminho

A caminho de Pasárgada passo por Persépolis.

Na entrada da cidade, Zoroastro, sentado à pedra

Diz-me que o mundo dos manes é dos grandes reis.

Sem amigos na cidadela, vago as ruas de vedra...

Em Persépolis, os montes verdes estão cinzentos;

Não vejo as árvores e suas sombras deleitosas.

Apenas o ocre da terra e os furiosos ventos;

Não há nas ribeiras do rio ciprestes de amoras...

Em Pasárgada sou inimigo do rei e dos hipócritas;

Não tenho escolhas, cama nem mulheres corruptas.

Sou o malquisto, no inferno dos prazeres dos Persas.

Roubei o facão da morte, e o mundo ficou escuro.

Pobre perdido – sou. A cada esquina do pânico

A espreitar a guilhotina do ocaso, no acaso.

Washington Machado
Enviado por Washington Machado em 28/03/2010
Código do texto: T2163083
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.