Soneto Maldito I

Numa sala vazia do inconsciente,

Há um vulto imbuído de maldade.

Vagando entre sonhos, veemente,

Maquinando desejos de crueldade.

Cuspindo fogo e gelo entre os dentes,

Sorrindo com máscaras de falsidade.

Fitando, odioso, com olhos pertinentes,

Os pobres, perdidos de honestidade.

E os templos sagrados vão aos ventos...

Deixando nos pobres muitos tormentos

Que, endoidecidos, rendem-se à maldade.

Vagueando, perdidos, deficientes...

Cegos... pobres filhos, inocentes

De um pai, que é o pai da crueldade.

Washington Machado
Enviado por Washington Machado em 13/06/2011
Código do texto: T3033186
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