PREMONIÇÃO

Cartas que abrigam olhos – verve mágica
de arcanos recontando o que não sei,
destinos capturados num relance
contradizendo o espelho, em descompasso.

Livros, e babilônias, e babéis
falam algum latim que não entendo,
vozes antigas – múltiplo reflexo
da criação divina, em movimento.

Às vezes reconheço sinais, vejo,
posso trilhar sem medo as linhas tortas
que a vida toma, tempo de clareza,

rara navegação entre recifes.
Mas quase sempre sigo na ignorância,
abençoada ignorância sem faróis ...

 

Parte da coletânea
Alguns sonetos que fiz por aí...

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