Visões da Meia-Noite

Nessas ermas alturas tão sombrosas

Vaga a lua soturna que me encanta,

Tal se fosse o cadáver de uma santa

Envolvido por brumas lutuosas.

Nessas noites de trevas suspirosas,

A minh'alma — extasiada — se levanta,

Para olhar essa lua que abrilhanta,

Transmutando-se em formas curiosas.

E parece um errante cisne branco...

Embalado, perdido sobre o flanco,

Pelas águas de um lago, tão sem norte...

Vaga a lua... Tristonha senhorita!

Qual um olho envolvente que me fita,

O olho imenso e fatídico da morte!

11 de janeiro de 2012

* Versos decassílabos no ritmo Martelo Agalopado (3ª, 6ª e 10ª).

Derek Castro
Enviado por Derek Castro em 28/01/2012
Reeditado em 15/09/2023
Código do texto: T3466503
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