13 de Setembro

Já alveja em meus cabelos o negror,

A minha tez se enruga em vincos, tantos!

Aos olhos meus se esbate o brilho, a cor,

Náufragos em um pélago de prantos.

Da vida se quebraram os encantos,

A minha mocidade, o meu vigor...

E, agora em meus recônditos recantos

Tudo é dolência, lástima e travor.

Ah... Minhas primaveras desflorescem,

Meus hortos, frios, lívidos languescem...

Na senectude acrômica do outono...

Quem dera que viver inda eu pudesse...

Tal que pressinto, como quem já viesse

Cerrar os olhos meus, cheios de sono...

13 de Setembro de 2012

*Versos decassílabos.

Derek Castro
Enviado por Derek Castro em 13/09/2012
Reeditado em 07/07/2017
Código do texto: T3879821
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.