Decadência Primaveril
Na minha vida, quando as tenras flores
Da infância germinaram olorosas,
Encheram-me a alma as formas vaporosas
De todos as venturas e furores;
Ao coração — jardim de pulcras rosas —
Deram-se as primaveras dos amores,
Emanações de férvidos ardores,
Eflúvios de ilusões esplendorosas!...
Vestida em vaga glória e magnitude,
A minha enaltecida juventude
Tão cedo se turvou das claridades;
Ao coração, restou-me dessas flores,
Somente as murchas pétalas das dores,
E uma coroa negra de saudades!
18/19 de Fevereiro de 2013
*Versos decassílabos.