ANIS

Nas pupilas dilatadas

que observam o escuro,

no qual se revela o futuro

das recordações passadas

há tão somente uma luz,

brilho de um azul-memória,

que reverbera na história

de corpos vestidos e espíritos nus

também há um olor aromático

que congela todo o hálito

ao brotar de um beijo tácito

e que lapida, lento e feliz,

os contornos prismáticos

de uma bala de anis.

Abril de 2013

Marcelo Lopes
Enviado por Marcelo Lopes em 30/05/2013
Reeditado em 03/06/2013
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