Ósculo

Nunca miramos, medimos a boca

Sempre se acerta, encaixa-se bem

E como as palavras nunca convém

Te invado como se fosses oca

A língua inquieta como se em jaula

Em luta harmoniosa de prazer

Sem nada a ganhar nem nada a perder

Apenas vê-se a ascensão da alma

Pares de olhos muito bem trancados

Sendo tão inúteis pra enxergar

O que aos corações são confinados

Pares de ouvidos em mar de quietude

Onde a razão jamais vai ancorar

Até o adeus dos lábios, amiúde

Ricco Salles
Enviado por Ricco Salles em 31/07/2014
Código do texto: T4903509
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