Tateando as palavras
É o gozo que escorre dessas palavras
E o lastro ofegante que me desce
Tão quente feito toda a tenra lava
Desencadeando o que me apetece
É o vício do tato, é tatear-lhe sentindo
Feito a grudenta seda dos meus pelos
É o vinco feito nos lençóis - é no florido
Pela cama esparramada de desejo
É a esperança descendo num colorido
É o tempo derramando a solidão
Numa leve carícia... num corpo dorido
Meus doces gemidos - anfitriões
E toda a ardência da lua - ao fundo
Escorregando nos lábios e abrindo em botões