Flores e Ossos
Fanaram-se os vergéis da juventude
Tombando sepulcrais as florescências;
Os tempos meus de gozo e pulcritude,
Prostraram-se em ingentes decadências...
Quais flores de fugazes existências
Deitando as hastes num outono rude,
Turvou-se a primavera em sonolências
Ao leito ananto da decrepitude.
Desfeitos os setembros de venturas,
Apenas restam frias ossaturas,
Carcaças de finais alacridades...
No olvidamento eterno — sepultadas —
Jazem funestamente desoladas,
Em meio às mortas flores das saudades.
Janeiro de 2015
*Decassílabos.