SONETO DAS AVES FRATERNAS
O círculo de pedra marcou o tempo de Beltane...
O Mago leu o oráculo na árvore sagrada...
Era sol... era tanta luz: fachos em sonoras cascatas...
Latitude e longitude marcaram as coordenadas.
Em fim, as aves tinham lugar e hora marcada
Viu o Condor abrir suas imensas asas e dizer seu nome...
Beija-flor se jogou naquele abraço feliz e emocionada...
Houve diálogos, sorrisos e uma consagração inesperada:
Condor beijou beija-flor na testa em despedida
E o espírito de um Druída abençoou das aves os corações...
O triskeles e a rosa-dos-ventos rodopiaram em oração...
E a vivência feliz em meio a tantas quimeras
Teve uma única testemunha, surda, muda e cega:
Um índio guarani de bronze, sobre um pedestal de pedra.