6.068-SONETO À VERDADE [3º DA SÉRIE] - Noneto-Poético-Teatral Nº 22-Soneto - Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil(*) Comentando [Rastreando a Verdade] [III] De Klinger Sobreira de Almeida.

6.068-SONETO À VERDADE [3º DA SÉRIE]

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Noneto-Poético-Teatral Nº 22-Soneto nº 6.068

Por Sílvia Araújo Motta/BH/MG/Brasil(*)

Comentando [Rastreando a Verdade] [III]

De Klinger Sobreira de Almeida.

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Desta vez Klinger traz [A META - SER]

[qualitativo e essência] com valor

na elevação moral, que chega a ter

libertação do corpo pra dispor;

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Alma retorna ao Deus-Pai, por saber

que a travessia ocorre, por amor

ao Criador eterno, sem sofrer;

que encerra o pranto, certo com louvor.

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Querer de Ulisses vem provar VERDADE;

faz entender; propõe gerar a paz

no compromisso que o terror invade.

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Imprescindível é obter, um meio

de SER inteiro em tudo que refaz...

No patamar do cosmos, em Deus creio.

---NAMASTÊ!---

Belo Horizonte, sexta-feira, 20 de novembro de 2015.

http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/5455734

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(*)Soneto-Clássico-sáfico- heroico; com sílabas fortes//

na 4ª, 6ª, 8ª; 10ª sílabas Rimas: ABAB, ABAB,CDC, EDE;

Noneto com 9 solos: jogral-teatral-toante-cantante-poético:

CORO:Rimas: AACEE-somente uma voz com apenas 5 instrumentos musicais apenas.

SOLOS: Rimas: BAB-BAB-DC-D-9 vozes acompanhadas por solos de instrumentos musicais.

(Noneto musical criado por Villa Lobos)

(Noneto poético recriado por Silvia Araújo Motta)

Mensagem conclusiva no 14º Verso( Último do segundo terceto).

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Rastreando a Verdade (III)

– A Meta - SER –

Klinger Sobreira de Almeida

Ulisses logrou salvar-se da atração do canto das sereias, e prosseguir rumo a Ítaca, porque, a conselho da feiticeira Circe, colocou cera nos ouvidos de seus marinheiros e amarrou-se ao mastro do navio, para poder ouvi-las sem o risco de atirar-se ao mar e segui-las.

Sidarta - três anos com os Samanas - alcançara um elevado patamar espiritual. Contudo, faltava-lhe algo: não passara pelas provas mundanas. Ao primeiro contato destas, acometeu-o a vertigem. Então, a queda na realização do TER. Atolou-se nas benesses disponibilizadas ao viajor terrestre. Porém, em determinado momento, tal qual o filho pródigo da passagem de Lucas, veio-lhe o despertar: - Deixei-me dominar. Ao invés de possuir, sou possuído. Estou um farrapo moral. Onde está o caminho de regresso à Casa do Pai? Acesa a luz interior, largou Kamala e sua luxúria. Retornou por sítios agrestes à procura da trilha do SER. Antes, não ouvira sua “Circe”, seguira o canto ilusório das sereias

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A vida, apesar das especulações filosóficas, das revelações religiosas e das constatações científicas, continua um mistério. A única realidade – absoluta e incontrastável – é Deus. E sua criação inteligente – o Espírito - trazendo em si a centelha divina, desenvolve uma trajetória cósmica inexoravelmente evolutiva. Seu habitat natural é o plano espiritual; o plano material, uma escola passageira. Nele, ao Espírito se concede a oportunidade de ajustar-se num campo de provas: aprende, apreende, internaliza, aperfeiçoa-se, corrige-se...

TER, resultante da interação ego v. mundo circundante, pode proporcionar, aos dotados de engenho e arte para uso dos talentos, Poder e Riqueza. Pode também fazer mergulhar, a muitos desavisados ou ingênuos, em lodaçais morais. Poder e Riqueza impulsionam o progresso material e tecnológico do planeta. Sem estes não há como desenvolver. Aquele que se contenta com o despojamento material, ou com a miséria, e sem poder de influenciar, não concorre para o desenvolvimento da humanidade.

O TER, no entanto, tanto abundante como escasso, caso não esteja atrelado ao SER, é um perigo – de um lado, atrai, deslumbra e inebria aos possuidores; de outro, acarreta inveja e revolta aos despossuídos. Desatrelado do SER, mergulha no egoísmo e responde aos acenos da violência, do massacre do fraco, das injustiças sociais... Constitui o canto da sereia para o qual temos sido alertados ao longo dos séculos pelos mensageiros que aportam ao planeta: Krisna, Buda, Sócrates, Platão, Buda, Cristo e muitos outros avatares (quase sempre fazemos ouvidos moucos à “feiticeira Circe”, mas ela nunca falta!).

O TER é juntar um acervo que, ao final da travessia rápida no plano terreno (a morte), se perderá. Nada – nem poder, nem riqueza, nem honraria, nem glória... – pode ser levado para o plano espiritual. O detentor foi apenas um administrador de Deus.

O SER – qualitativo e essência imperecível – consiste na elevação moral (consciencial) do Espírito. Desabrocha à proporção que o homem se abre aos divinos influxos do Criador incriado. É valor retratado em atitudes permanentes e cristalizadas – altruísmo, justiça, não violência, solidariedade, fraternidade, serenidade... – inseridas no âmago da alma em marcha. Como tal, provisão – intocável e indestrutível – que permanecerá quando a alma, libertando-se do corpo físico, retornar à pátria espiritual.

Quem, na labuta mundana da edificação do TER produtivo – circulação de riqueza e promoção do bem comum – põe como meta o SER, encontra a trilha da ascensão. Sua travessia não se perdeu. Ouviu, entendeu e precaveu-se, tal qual Ulisses.

Klinger Sobreira de Almeida – Militar Ref/PMMG, membro da ALJGR

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http://academiadeletrasdobrasildeminasgerais.blogspot.com.br/2015/11/rastreando-verdade-iii-meta-ser-klinger.html

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Belo Horizonte, sexta-feira, 20 de novembro de 2015.

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http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/5455734

Silvia Araujo Motta
Enviado por Silvia Araujo Motta em 21/11/2015
Reeditado em 17/12/2015
Código do texto: T5455734
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